Rio - O que era para ser um dia corriqueiro de trabalho tornou-se uma experiência traumática para uma vencedora de loja de suplementos em Botafogo, Zona Sul do Rio. Um homem branco, bem vestido, de cerca de 30 anos, entrou no estabelecimento e começou a urinar sobre os produtos. Polícia busca identificar o autor e a funcionária comentou que pediu para não trabalhar mais à noite: "me senti vulnerável e ele, extremamente calmo".
Homem é flagrado por funcionária urinando em prateleira de produtos em loja de suplemento de Botafogo, Zona Sul do Rio.
Jéssica Bertoldo Magalhães, 31, falou ao DIA que não costuma estar lá naquele horário, mas, por uma troca, estava trabalhando na loja de suplementos na Praia de Botafogo, no último sábado (17). Por volta de 19h, ela contou que ficou atenta, quando dois homens pararam na porta do estabelecimento e um deles entrou.
"Pelo fato de estar sozinha na loja, fiquei receosa ao ver dois homens parados na porta e um deles entrar. Ao que entrou, dei boa noite e nem obtive resposta. Segui na minha e atenta. Noto que ele, simplesmente, para defronte a uma das prateleiras, coloca o órgão genital dele para fora e começa a urinar nos produtos, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Eu não acreditei", disse ela, que complementa: "Percebi que o homem que estava do lado de fora e parece ser amigo do autor, ao ver a cena, até esboçou entrar para evitar, mas, quando viu que já era tarde demais, fugiu".
Jéssica não pensou duas vezes: pegou seu celular e filmou tudo. Ao vê-la gritando, o homem limitou-se a pedir calma a vendedora, terminou o que estava fazendo, deixou o local, voltando para o bar ao lado da loja, onde bebia com outros amigos.
"Ele estava totalmente tranquilo, quase certo de que nada pode acontecer de mal a ele. Prova disso é que, feito o que fez, ainda retornou ao bar para continuar a confraternizar. Os amigos, talvez um pouco mais lúcidos, aconselharam ele a ir embora e um deles o levou até a esquina para conseguir um táxi, cuja placa consegui filmar", contou.
A vendedora, natural do Ceará, no Rio há mais de cinco anos, contou que jamais pensou ou passou por algo semelhante. Ela comentou que, após o autor ir embora, ainda muito nervosa, notou que os amigos que seguiram bebendo riam de toda a situação, como que debochando dela.
"Me senti completamente vulnerável. Será que ele faria o que fez, caso estivesse trabalhando um homem no meu lugar, naquela hora? Ser mulher é acordar e pensar formas de você evitar ser violada, ofendida, desrespeitada, seja pela roupa que você veste na rua e acham que dá direito a alguém mexer contigo ou até mesmo em seu local de trabalho", desabafou.
Segundo Jéssica, o prejuízo para a loja chega a casa dos R$ 500 em unidades de produtos que, por respeito aos clientes, não mais serão disponibilizados para venda. Ela comentou que, em contato com o patrão, ele pediu que ela largasse tudo e saísse de lá imediatamente. No entanto, optou por ficar e acabou indo embora além do seu horário, tentando limpar e eliminar o odor causado pela atitude do homem.
Posteriormente, segundo a funcionária, ficou acordado que ela não mais trabalhará à noite.
Em nota, a Polícia Civil disse que a ocorrência foi registrada na 10ª DP (Botafogo). Imagens de câmeras de segurança serão analisadas para identificar o autor e a investigação está em andamento.
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