Bebê estava sob cuidados da avó paterna, Stella Pinho PossobomMarcos Porto
Justiça decide por guarda compartilhada de filha de preso por agressão a enteado
Até esta segunda-feira, a criança estava sob cuidados da mãe de Victor Arthur Possobom, que também já teria sido agredida por ele
Rio – A juíza Jussara Maria de Abreu, da 1ª Vara de Família de Niterói, determinou provisoriamente, nesta segunda-feira (19), que a guarda da bebê de1 ano, fruto do relacionamento de Jéssica Jordão, 30, com Victor Possobom, 32, seja compartilhada entre Jéssica e a avó paterna, Stella Pinho Possobom.
A audiência teve início por volta das 14h, no Fórum de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e contou com a presença da avó da criança e de Jéssica, além dos advogados envolvidos. Conforme definido, a guarda será compartilhada até que a Justiça faça uma avaliação psicossocial com às duas famílias.
Até a decisão, ficou definido que a menor fique com a mãe de sexta-feira, às 14h, até segunda-feira, também às 14h. Nos outros dias da semana, de segunda-feira após as 14h até sexta-feira, até as 14h, a criança ficará com a avó materna.
Diante da urgência da audiência não foi feito o estudo psicossocial de onde a Jessica mora, portanto será feito um Estudo Social, onde será comprovado que Jessica mora em local extremamente seguro e apropriado para a menor.
No mesmo dia da prisão de Victor, a juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, aceitou a denúncia do Ministério Público (MPRJ) e decretou a prisão preventiva, mantida, neste domingo (18),em audiência de custódia. O preso foi transferido para um presídio em São Gonçalo, também na Região Metropolitana, e ojuiz Antônio Luiz da Fonsêca Lucchese o encaminhou para atendimento médico, já que, segundo a defesa,ele fazia tratamento psiquiátrico. "Eu estava com muito medo de sair na rua, hoje, já estou conseguindo sair mais livre. Encontrar com pessoas na rua está diferindo depois da prisão dele", afirmou Jéssica.
Familiares protestam em frente ao Fórum de Niterói
Familiares realizaram uma manifestação em frente ao Fórum de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, para reivindicar que a guarda da bebê de 1 ano, fruto do relacionamento de Jéssica Jordão, 30, com Victor Possobom, 32, passa-se a ser da mãe.
Segundo Jéssica, o ato pretende mostrar o apoio que vem recebendo e impactar no resultado da sessão. "Eu não consigo acreditar que a Stella consiga ganhar a guarda, a gente espera que isso não aconteça", disse ela. A mulher estava afastada da bebê desde 27 de julho, quando fugiu do cárcere privado que era mantida por Victor, mas não conseguiu levar a criança. A avó da menina, então, entrou com o pedido de guarda, alegando que ela a havia abandonado.
Condenação por tráfico de drogas
Em 2017, Jéssica Jordão foi condenada por tráfico de drogas e deixou a prisão em dezembro do mesmo ano, usando tornozeleira eletrônica. Ela chegou a trabalhar com carteira assinada até engravidar da filha, em 2020, quando passou a vender comida congelada. Após a denúncia contra Victor pela agressão ao filho de 4 anos, o homem teria arrancado o equipamento dela, para que não fosse localizada.
Quando a mulher conseguiu fugir do cárcere em que era mantida pelo ex-companheiro, a vítima procurou as Defensorias Públicas da União (DPU) e do Rio de Janeiro (DPRJ), que a orientaram, mas ela acabou sendo liberada do uso da tornozeleira eletrônica, depois que a Justiça entendeu que ela já havia cumprido sua pena.
Relembre o caso
Victor Possobom foi preso na última sexta-feira, depois que imagens de uma câmera de segurança do prédio onde eles moravam, em Niterói, mostraram ele agredindo e sufocando o enteado de apenas 4 anos, filho de Jéssica Jordão. O caso aconteceu em fevereiro, mas os vídeos só vieram à tona nesta semana. A mãe da criança chegou a denunciar o então companheiro, à época, e tentou se separar, mas acabou sendo mantida em cárcere privado.
Apesar de ter conseguido afastar o filho do convívio com o padrasto, Jéssica foi levada para uma casa longe de vizinhos, no município Maricá, também na Região Metropolitana, onde a rotina de agressões contra ela se intensificou, provocando até um aborto, no mês de julho. A mulher fugiu do local, mas não conseguiu levar a filha, que ficou com Victor até sua prisão. Ela voltou a denunciar o homem e obteve uma medida protetiva contra ele.
Victor também responde a um processo por lesão corporal decorrente de violência doméstica contra a mãe. O caso aconteceu em 2013 e foi registrado na81ª DP (Itaipu). Contra ele constam ainda outros processos na Delegacia de Atendimento à Mulher de Niterói, todos referentes às agressões.
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