Passageiros sofrem com superlotação do articuladoMarcos Porto/Agencia O Dia

Rio - O Sindicato dos Rodoviários afirmou, nesta terça-feira (20), que não há segurança nos articulados do BRT. A afirmação surge um dia após um passageiro ter caído enquanto tentava seguir o trajeto 'pendurado' no automóvel. De acordo com a instituição, o caso aumentou ainda mais a preocupação da direção do sindicato em relação não só a segurança dos que utilizam o serviço, mas principalmente a dos motoristas, que acabam sendo responsabilizados e sofrendo agressões por parte dos usuários.
Segundo Sebastião José, presidente do Sindicato dos Rodoviários, esse não é o primeiro e nem será o último incidente ocorrido.
"É grande o número de reclamações que o sindicato recebe de motoristas no que diz respeito a falta de segurança nas estações e dentro dos coletivos. Não adianta a prefeitura dizer que os ônibus só devem sair das plataformas com as portas fechadas. Não existe uma orientação de agentes nas plataformas organizando filas e orientando o número de passageiros em cada composição. Se o motorista não segue viagem alegando que as portas estão abertas, ele é ameaçado e até agredido. É preciso que a prefeitura tome uma atitude enérgica e rigorosa para evitar que situações como essas continuem ocorrendo", disse.
Sebastião ressalta ainda que a frota sucateada e a falta de manutenção dos articulados com certeza colabora, e muito, para os inúmeros incidentes que temos presenciado nos últimos meses, como ônibus parados nas garagens, usuários que se acidentam, rodas que se soltam durante a viagem e o uso de peças retiradas de outros veículos para serem reaproveitadas.
"Quem acaba pagando essa conta são os profissionais da categoria e os usuários, que ficam sem um transporte digno para cumprir seus compromissos”, explicou.
A Mobi-Rio, empresa responsável pelos articulados, informou que sempre teve um diálogo aberto e permanente com o sindicato e que não recebeu qualquer comunicação por parte da entidade. Em nota, a companhia afirmou que os articulados são checados antes de saírem das garagens e há um programa através do qual motoristas parceiros presentes em todas as garagens do sistema participam dessa checagem. "Portanto, o ônibus só sai para a operação com a liberação de um responsável, atendidas as condições de segurança", explicou.
Ainda na nota, a empresa disse que durante as viagens, há pessoas que insistem em forçar as portas para mantê-las abertas, destruindo o equipamento e colocando em risco não só suas vidas, como as dos demais passageiros. Segundo a Mobi-Rio, em média, 30 portas e cinco alçapões são quebrados por dia. Muitas vezes motoristas são ameaçados quando param o articulado após constatarem atos de vandalismo.