Marcos Gomes Júnior foi preso na sede da PRF em Vigário Geral, acusado de aliciar menores de idade nas redes sociaisReprodução

Rio - A Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) prendeu, na quinta-feira (22), o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Marcos Gomes da Silva, na sede da Superintendência Regional da PRF em Vigário Geral, Zona Norte do Rio, acusado de aliciar menores de idade para produção de vídeos pornográficos. Na casa de Marcos, em Maricá, Região Metropolitana do Rio, os policiais também apreenderam o celular e notebook do investigado.
Em audiência de custódia realizada neste sábado (24), o inspetor teve a prisão mantida. A PRF informou que a Corregedoria já iniciou uma investigação preliminar para apurar os fatos.
Segundo a especializada, Marcos fez contato com uma adolescente de 14 anos através de um perfil anônimo no Instagram e convenceu a jovem a produzir cenas pornográficas em troca de dinheiro. Ele também agenciou, recrutou e intermediou a participação da adolescente em cenas com o mesmo cunho com outras jovens, ainda não identificadas pela polícia, possuindo e armazenando o material em sua casa. 
A mãe da jovem desconfiou do comportamento da filha e procurou a polícia para relatar o ocorrido. Mesmo após a denúncia, Marcos continuou aliciando a menina e também uma amiga dela, de 14 anos, para a produção de conteúdos gravados. Ainda segundo as investigações, o primeiro contato aconteceu em agosto do ano passado e continuou até maio deste ano.
A denúncia foi enviada pelo Ministério Público e aceita pelo juiz Ricardo Pinheiro Machado da Vara Criminal de Maricá, que determinou a prisão preventiva do inspetor. Na decisão o magistrado considerou a segurança da vítima. "As circunstâncias evidenciam o risco que a liberdade do acusado apresenta à ordem pública, na medida em que oferecia dinheiro a menores de idade para a produção de fotografias e vídeos íntimos com o propósito de satisfazer sua lascívia. A medida também é conveniente à instrução criminal, pois objetiva garantir a tranquilidade da vítima que irá depor em juízo, e que certamente terá receio de prestar declarações no caso de o réu responder ao processo em liberdade", escreveu.
A reportagem tenta contato com a defesa de Marcos Gomes.
O que diz a PRF
A PRF informou, por meio de nota, não comenta casos com investigação em andamento, mas disse repudiar veementemente quaisquer práticas atentatórias aos direitos humanos. Além disso, afirmou que está apurando o caso.
"A PRF na condição de instituição perene de Estado atua através de seu Grupo de Enfrentamento aos Crimes de Direitos Humanos, realizando diversas ações nas rodovias federais e fora delas, como o combate ao trabalho escravo, tráfico de pessoas e Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Nesse sentido, a PRF possui o premiado Projeto MAPEAR, que traz um estudo completo sobre pontos de vulnerabilidade ao longo das rodovias federais de todo o país.

Além disso, a PRF e o Instituto Anjos, através de Acordo de Cooperação Técnica, realizam em conjunto o projeto Anjos da Estrada, que tem como foco o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, que já foi apresentado em diversos estados brasileiros. Durante as ações o público é convidado a refletir sobre a conscientização à cerca do combate a esse tipo de crime.

Informamos que existe um número específico para denúncia de tais crimes disponibilizado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o Disque 100.

A PRF também disponibiliza o número de urgência e emergência 191, para denúncias desse crime, principalmente quando ocorrem próximo às rodovias federais.

O número 191 e o Disque 100 são serviços gratuitos, anônimos e que funcionam 24h por dia, incluindo sábados, domingos e feriados."