O caso é investigado pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), de Belford Roxo.Google / Reprodução

Rio – A Polícia Militar prendeu o agente Tarcísio de Assis Nunes, nesta terça-feira (11), em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, pelo crime de stalking contra a ex-mulher, ou seja, perseguição contínua nas redes sociais.
O policial lotado no 22° BPM (Maré) já havia sido preso duas vezes por violência doméstica. As informações são do portal "G1".
Segundo o portal, a vítima tem uma medida protetiva contra o homem, que limita a aproximação e contato.
Porém, ele ainda enviava ameaças para o celular e para as redes sociais da mãe da ex-companheira e da filha do casal, de apenas 8 anos, cuja guarda disputa com a mãe na Justiça.

"Se você colocar qualquer coisa contra mim na delegacia, vou contra tudo e contra todos que me aconselharam. Por favor, não inventa moda, porque, senão, vou parar no Batalhão Especial Prisional de novo e nunca tu vai ter a cara bonita para colocar no Tinder", enviou Tarcísio por mensagem.
Segundo a Polícia Militar, as mensagens mostram que a ex-mulher de Tarcísio e a família dela são ameaçadas e correm risco de vida. Desta forma, para a Justiça, a prisão preventiva foi a única maneira de evitar "mais violência e a possibilidade de uma nova tragédia".

"Na Justiça, a gente se entende. Pode avisar sua mãe e sua avó que, pode passar o tempo que for, mas vou correr atrás do prejuízo que estão me dando. Manda andar as duas pela sombra, uma hora vou esbarrar com elas", ameaçou o homem por mensagem de texto.

O caso é investigado pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), de Belford Roxo.

Preso por violência e solto em seguida

Um vídeo divulgado pelo jornal "Extra", em 2020, mostrou Tarcísio espancando a mulher. Eles ainda eram casados à época. As imagens mostram o policial militar socando o rosto da vítima, a chutando, a derrubando no chão e batendo no rosto dela com um chinelo, entre outras agressões.

O homem chegou a ser preso, mas foi liberado após menos de 15 dias.

"Uma hora eu vou conseguir, sabe? Me reestabelecer e, depois, não vai ser mais a minha vez de chorar. Vai ser a vez de chorar de outra pessoa", disse ainda.

"Se a tua mãe não está aí, a sua avó não está aí, depois, elas vão escutar o áudio. Mas elas sabem onde elas estão mexendo. É casa de vespeiro. É com elas mesmo. Abrir mão de você, eu não vou. Nem na Justiça eu aceito perder", afirmou em áudio.

Durante o depoimento, o policial militar se manteve em silêncio.