Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio recebe denúncias sobre irregularidades na Operação Lei SecaDivulgação/ Magno Segllia

Rio - A Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio informou, nesta quarta-feira (19), que vem recebendo denúncias de motoristas que são parados nas blitzes da Operação Lei Seca. Segundo os relatos, está sendo observado a presença de grupos que ficam sentados próximo às tendas oferecendo o serviço "motorista da vez". 
De acordo com o presidente da Comissão, o deputado Dionísio Lins (Progressista), o serviço clandestino é oferecido no valor entre R$ 150 e R$ 300 para conduzir o veículo do motorista que se recusa a assoprar o bafômetro. A lei determina a apreensão da carteira e a convocação de um conhecido habilitado para conduzir o veículo em casos como esse.
Diante das denúncias, o parlamentar questionou o presidente do Detran, Adolfo Konder, através de um requerimento de informações, se esse procedimento é normal, se essa atividade é de conhecimento do órgão e se o coordenador da operação tem autonomia para proibir essa atividade.
"As operações da Lei Seca colaboram e muito para a redução de acidentes. Mas infelizmente sempre existem os espertalhões que se aproveitam de situações como essa, quando um condutor não tem a quem recorrer para retirar seu veículo do local e evitar que ele seja levado para o depósito, onde terá despesas com multa e estadia, para faturar uma grana extra com a dificuldade do outro", disse o presidente da Comissão.
Conforme apurado pela própria Comissão de Transportes, um motorista, que não foi identificado, denunciou que na madrugada do último dia 10 foi abordado pela equipe da Lei Seca na descida do viaduto de Cascadura, na Zona Norte, e presenciou a ação irregular.
Ele teria relatado que um policial militar dirigiu-se até ele e pediu para que fizesse o teste do bafômetro, mas ele recusou. Em seguida, um dos "motorista da vez" foi em sua direção apontando para um agente e dizendo que ele seria o comandante da operação, e se ofereceu para dirigir até sua residência cobrando o valor do reboque, R$ 300, mas, após uma negociação, acabou fazendo o serviço por R$ 100.
Porém, o que mais surpreendeu o homem foi o fato desse condutor dirigir somente por cerca de 100 metros à frente de onde a blitz estava sendo realizada, saltando em seguida do veículo e dizendo que dali ele já poderia ir dirigindo para casa, retornando apressadamente para o local da operação.