O delegado Maurício Demétrio está preso na Penitenciária Bandeira Stampa, no Complexo de Gericinó, em BanguReprodução

Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro(MPRJ) iniciou uma investigação contra Verlaine da Costa Alves, mulher do delegado Maurício Demétrio, preso acusado de chefiar esquema de extorsão do comércio de Petrópolis, na Região Serrana, devido um tratamento dentário. O procedimento chamou atenção dos investidores, devido pedido de 16 coroas dentárias de ouro, sendo 15 delas com 24 quilates. O serviço ficou em R$ 184 mil, pago em dinheiro vivo. A história foi revelada pelo portal 'G1'.
De acordo com o MP, os procuradores encontraram em um dos telefones que estavam na casa do delegado uma troca de mensagens em que Demétrio encaminha para Verlaine um orçamento de um tratamento odontológico. O documento foi datado no dia 6 de novembro de 2020, e o nome do paciente seria a esposa do ex-delegado
O tratamento sugerido fala em "restauração e reestruturação dentária que permitirá a elevação da mandíbula para preservação da articulação, músculos faciais e dentes". A clínica responsável pelo serviço, confirmou em setembro deste ano, para o MP, que realizou o atendimento odontológico em Verlaine.
Segundo ele, o serviço prestado foi de reabilitação oral total, com início em 6 de novembro de 2020 e término em 6 de janeiro de 2021. Segundo o dentista, os R$ 184 mil do tratamento foram pagos em espécie por Demétrio em oito parcelas, sendo R$ 50 mil em 9 de novembro de 2020 e R$ 40 mil uma semana depois, no dia 16 de novembro daquele ano. O restante das parcelas, de R$ 15 mil, foram pagas em dinheiro vivo em dezembro de 2020, janeiro e fevereiro de 2021.
Ainda de acordo com o dono da clínica, não houve emissão de nota fiscal porque, depois do último pagamento, nem Verlaine e nem Demétrio retornaram à clínica.
Delegado preso
Maurício Demétrio está preso desde junho do ano passadona Penitenciária Bandeira Stampa, no Complexo de Gericinó, em Bangu, pelos crimes de associação criminosa, obstrução à Justiça, lavagem de dinheiro ou ocultação de bens e cobrança de propina.
De acordo com as investigações, Demétrio, que à época era titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial, cobrava um pagamento mensal para que comerciantes pudessem trabalhar com produtos falsificados na cidade da Região Serrana.
Os policiais investigavam o esquema desde 2019, quando um dos comerciantes, insatisfeito com as recorrentes cobranças, denunciou a prática. Na operação, além dos carros, foram apreendidos R$ 240 mil em dinheiro na casa do delegado e 13 celulares.
Além do caso da propina, Demétrio também é apontado como mentor de uma investigação falsaque aconteceu em março do ano passado. A ação tinha por objetivo obstruir e enfraquecer investigações que ja estavam em curso contra ele e seu grupo.