À esquerda, o presidente da Geo-Rio, Anderson Marins, ao meio o prefeito Eduardo Paes e da secretária municipal de Infraestrutura, Jessick Trairi, e o presidente da Rio Águas, Wanderson José dos SantosMarcos Porto/Agência O Dia

Rio - A Prefeitura do Rio investiu R$ 1,2 bilhão em prevenção de desabamentos e alagamentos como forma de minimizar os impactos provocados pelas chuvas, especialmente entres os meses de novembro e abril, considerados os mais críticos. Durante a apresentação do Plano Verão 22/23 no Centro de Operações, nesta quarta-feira (23), o prefeito Eduardo Paes disse que os recursos foram distribuídos entre 235 obras, das quais 46 já foram concluídas, 56 serão finalizadas até o fim do ano, e outras 133 estão em andamento ou em processo de licitação. 
As obras estão dividas em 49,15% na Zona Oeste; 35,04% na Zona Norte; 14,95% na Zona Sul; e 0,85% no Centro da cidade. O presidente da Geo-Rio, Anderson Marins, afirmou que a fundação vem trabalhando em ações preventivas e, até o mês de outubro, foram realizadas 1,5 mil vistorias e 570 laudos em todo município. Segundo ele, essas são intervenções necessárias para garantir a segurança de quem vive em regiões de possíveis riscos geotécnicos. 
"Esse é o ponto inicial para a gente poder analisar e ver o resultado final, que são as obras, para garantir a segurança do pessoal atingido por eventuais riscos geotécnicos (...) As intervenções, elas visam retornar com segurança a mobilidade urbana, o investimento atinge centenas de pessoas. Cada obra dessa que a gente finaliza, nós temos centenas de pessoas beneficiadas", disse Marins. 
De acordo com o prefeito, este é o período mais crítico do ano e, apesar das intervenções realizadas, é impossível impedir que alagamentos aconteçam. "Infelizmente, é o período do ano mais tenso para todos nós, mas começamos aquela fase do ano em que os riscos existem. Não há cidade no mundo preparada para a quantidade de chuva, vou usar o exemplo clássico da Praça da Bandeira: nós fizemos ali o possível, diminuiu enormemente a quantidade de alagamentos, mas, se tiver uma chuva muito forte, vai encher. Isso vale para qualquer lugar da cidade, mesmo onde há, eventualmente, uma intervenção de infraestrutura grande", afirmou Paes.
Nessas ocosiões, haverá bloqueios de ruas e impedimento de acesso da população. O Centro de Operações também vai realizar monitoramento 24 horas por dia, com duas mil câmeras e a atuação de 30 órgãos, e o sistema Alerta Rio, da prefeitura, vai acompanhar as condições climáticas em tempo real. A cidade conta com 33 estações de rede pluviométrica e vai divulgar dados sobre a chuva a cada cinco minutos, com emissão de alerta de chuva forte e probabilidade de deslizamentos. 
Também como medida preventiva, foram realizados 13 simulados de evacuação, interdição de vias e grandes acidentes, com 11 órgãos envolvidos e a participação de todas as subprefeituras. Ainda na apresentação, Paes destacou que uma das principais preocupações no período das fortes chuvas são as comunidades, constantemente afetadas por deslizamentos. Ele fez um apelo para que os moradores respeitem o acionamento das sirenes, que são 164, em 103 favelas cariocas mapeadas como áreas de alto risco geológico. 
"Respeitar aquelas que são as decisões, as orientações do Centro de Operações, dos órgãos municipais, para que a gente evite que vidas sejam perdidas. Deslizamentos podem acontecer, quase sempre acontecem, há um esforço grande da nossa administração nas contenções de encosta, no mapeamento das áreas de mais risco, isso diminuiu muito esses deslizamentos, mas eles podem acontecer sempre. Portanto, solicitamos aqui que as pessoas respeitem isso (...) Quando tocar uma sirene da Defesa Civil, não pague para ver, não espere ter um deslizamento, porque depois a gente não vai recuperar as vidas perdidas. Respeite as sirenes e vá para uma área segura", ressaltou o prefeito, que disse ainda ter a atenção voltada para a Avenida Niemeyer, que recebeu sete obras em 2022.
"A (Avenida) Niemeyer vai ser sempre uma via de risco. Ali tem a tal da lei da gravidade que impera em todos os lugares, então, você tem o costão, que nós não vamos concretar todo, então tem sempre o risco de deslizamento. Do outro lado é o mar, portanto, é uma área que a gente tem muita atenção. Mas, já foi feito muito investimento, por determinação judicial do governo que me antecedeu, muito investimento sendo feito agora, é uma área que a gente presta muita atenção, até pela importância da via. E tem também o protocolo de bloqueio da via, caso você tenha uma chuva muito forte, pelos riscos que representa". 
Houve também investimento de R$ 121 milhões em manutenção e infraestura preventivas, com 17 contratos com a Rio Águas para limpeza e desassoreamento de rios. A expectativa é de que o órgão bata o recorde de 2014, quando 315 mil toneladas foram removidas, retirando 320 mil. Outros dez contratos foram firmados, sendo sete com a Secretaria Municipal de Conservação para limpeza, conservação e reparos de galerias pluvias, e três com a Geo-Rio, para recuperação estrutural e limpeza de canaletas de drenagens em encostas. 
Ainda em 2022, foram desobstruídos cerca de quatro mil ralos em mais de 300 pontos de alagamento, com retirada de 42 toneladas de resíduos, e o mapeamento de vias com mais ocorrências. Também foi feita a limpeza de 93.835 unidades de caixas de ralo, bocas de lobo e poços de visita, e desobstrução de 583,32 quilômetros de galerias de águas pluviais e ramais de ralo.