Valdir Júnior foi preso nesta segunda-feira (2) depois de mentir em depoimentoReprodução

Rio - A juíza Danielle Lima Pires Barbosa manteve, na tarde desta quarta-feira (4), a prisão do motorista de ônibus Valdir das Mercês Junior acusado de atropelar e matar o bombeiro Gilson Castro Silva em Copacabana no último domingo (1º).
De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio, a audiência de custódia foi realizada para apreciação da legalidade na hipótese de prisão cautelar bem como a aferição de eventual ocorrência de tratamento desumano e degradante do preso, o que, segundo a magistrada, não aconteceu.
A defesa de Valdir entrou com um pedido de relaxamento da prisão e a concessão de liberdade provisória. Os pedidos foram negados pela juíza Danielle Barbosa que justificou dizendo que o mandado de prisão contra o motorista de ônibus ainda é válido e a decisão sobre sua liberdade deve ser realizada por juízo natural ou um órgão recursal competente.
"Entende este magistrado que se o mandado de prisão é válido e a decisão que ensejou sua expedição está inalterada, é vedado ao juízo da Central de Audiência de Custódia (CEAC) avaliar o pedido defensivo de liberdade ou substituição da prisão por outra medida, sob pena de usurpação de competência. Cabe à CEAC, portanto, avaliar tão somente a regularidade da prisão e a validade do mandado de prisão, além de determinar a apuração de eventual abuso estatal no ato prisional. Sendo regular o ato prisional e o mandado de prisão, no caso concreto, a pretensão defensiva deve ser dirigida ao juízo natural ou ao órgão recursal competente", diz a decisão.
Valdir foi preso na última segunda-feira (2) e responde pelo crime de homicídio doloso, ou seja, quando há a intenção de matar. Ele chegou a mentir em depoimento a policiais da 12ª DP (Copacabana) dizendo que a vítima tinha saído da frente do veículo antes dele seguir viagem, o que imagens gravadas por testemunhas dizem ao contrário.
Um vídeo mostra Gilson parado em frente a um ônibus da linha Troncal 01, que faz o trajeto Praça General Osório x Central. O coletivo estava parado em um ponto de ônibus e Gilson impedia que ele seguisse viagem. Na sequência, o motorista avançou com o transporte, atropelando e matando o bombeiro.
Relembre o caso
O crime aconteceu por volta das 5h15 na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, na altura da Praça do Lido. O trânsito no local estava bloqueado até as 5h devido ao Réveillon realizado na praia de Copacabana.
Segundo o Corpo de Bombeiros, equipes do quartel de Copacabana chegaram no local e encontraram a vítima já em óbito. Testemunhas disseram que o homem chegou a ser arrastado pela roda do veículo. Em nota, a Corporação lamentou a perda do subtenente.
“A corporação se solidariza com parentes e amigos do militar, que ingressou no CBMERJ em 1991 e atualmente estava na Reserva Remunerada. Psicólogos e assistentes sociais estão à disposição para dar suporte para a família, neste momento de dor. O Corpo de Bombeiros agradece à Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro pela pronta investigação que permitiu a prisão do responsável”, disse o comunicado.
Gilson foi enterrado na tarde desta quarta-feira (4) no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte do Rio.