Cigano Orlando Ianoviche NetoRenan Areias
As alegações foram afirmadas por Orlando Ianoviche Neto, no início da tarde desta segunda-feira (3), ao ir prestar depoimento na 25ª DP (Engenho Novo), delegacia que investiga o caso. Ainda conforme a testemunha, que também é cigano, Suyane estava implorando para retomar a relação.
"Ela mandou um áudio para a minha mãe falando que ia se envenenar e matar os meus dois filhos, um de nove anos e outro de cinco anos. Se realmente for comprovado que o rapaz morreu por envenenamento [Luiz Marcelo], ela ia fazer a mesma coisa com os meus filhos", acusou.
Na sequência ele mostrou um áudio que supostamente teria sido gravado por Breschak. No áudio, a pessoa diz aos prantos: "Volta para casa, pelo amor de Deus. Eu vou tomar veneno, eu vou dar veneno para eles. Volta pra casa, eu te amo, pelo amor de Deus".
Segundo o cigano, o 'eles' no qual a pessoa se refere no áudio seriam os dois filhos do casal. Orlando diz ainda que o caso foi registrado na 126ª DP (Cabo Frio). A defesa da cigana nega as acusações do ex-marido.
As investigações conduzidas pelo delegado Marcos Buss apotam que Suyane Breschak sabia de todo o plano para matar o empresário. A cigana era uma espécie de mentora espiritual de Júlia Andrade Cathermol Pimenta, principal suspeita de ter envenenado o namorado com um 'brigadeirão'. O crime aconteceu em maio e o corpo da vítima foi encontrado no apartamento onde o casal vivia, no Engenho Novo, Zona Norte.
Em depoimento, a cigana afirmou que Júlia não aguentava mais o relacionamento e queria matar o empresário. "Temos o depoimento da Suyane, que detalhou o que a Júlia teria confidenciado a ela. Temos elementos de que a Suyane tinha conhecimento antes, durante e depois do plano criminoso da Júlia", disse o delegado titular da 25ª DP (Engenho Novo).
A polícia aponta, ainda, que a cigana foi beneficiária de todos os bens furtados do empresário e recebeu o carro dele. Orlando Ianoviche disse ainda que ela teria oferecido esses bens a 1organizações criminosas' do Rio. O veículo da vítima foi encontrado em Cabo Frio, na Região dos Lagos, após supostamente ter sido vendido por R$ 75 mil, e recuperado, junto com outros bens.
De acordo com o delegado, os agentes fazem buscas para localizar as armas do homem, que podem estar com a namorada, que permenece foragida. Contra ela, foi expedido um mandado de prisão temporária por homicídio qualificado.
A defesa da cigana afirmou que ela nunca teve contato com Luiz Marcelo e não sabia que havia bens da vítima no carro que recebeu como pagamento pelos trabalhos feitos à suspeita. Segundo o advogado Etevaldo Viana Tedeschi, o automóvel teria sido um presente do empresário para a namorada, que o repassou para Suyane. Para ele, o interesse dela no caso seria "no máximo, financeiro, e jamais de que alguém perdesse a vida", e espera provar que a mulher não teve relação direta com o crime.
Relembre o caso
Luiz Marcelo Antônio Ormond foi encontrado morto dentro do apartamento onde morava com a namorada, no Engenho Novo, na Zona Norte, na madrugada do último dia 20, em estado avançado de decomposição. O empresário não era visto desde 17 de maio e, de acordo com o laudo cadavérico, ele morreu três ou seis dias antes do corpo ser localizado. Os agentes apuraram que Júlia dormiu ao lado do cadáver durante o fim de semana e, na segunda-feira seguinte, fugiu do apartamento levando pertences e o carro do empresário.
Com a ajuda de Suyane, ela se desfez dos bens de Luiz Marcelo. Um homem que estava com o veículo do empresário apresentou documento de transferência escrito à mão, que ele disse ter sido assinado pela vítima, mas acabou preso em flagrante pelo crime de receptação. Com ele estavam ainda o telefone celular e o computador da vítima.
O Disque Denúncia divulgou um cartaz para ajudar a localizar Júlia e recebe informações pela Central de Atendimento, nos telefones (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177; pelo WhatsApp Anonimizado, no (21) 2253-1177; e pelo aplicativo Disque Denúncia RJ. O anonimato é garantido.
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