Casos são investigados pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF)Arquivo / Renan Areias / Agência O Dia

Rio - O homicídio do assessor Michel Laeber Estevão, de 41 anos, conhecido como Xexéu, ocorrido na manhã deste sábado (22), é o quarto caso envolvendo pessoas ligadas a política de cidades da Baixada Fluminense em um período de 11 dias.
Xexéu foi morto a tiros próximo à sua casa, no bairro Amapá, em Duque de Caxias. Vizinhos o socorreram e o levaram ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), no mesmo município, mas, de acordo com a prefeitura, o homem deu entrada já sem vida na unidade.
Nas suas redes sociais, Michel divulgava amplamente seus trabalhos na política da cidade. Filiado ao MDB, o assessor da Prefeitura de Duque de Caxias realizava diversas postagens com o vereador Sandro Lelis em atividades pelo bairro Amapá. Moradores da região definiram o homem como uma pessoa amiga e importante para a localidade.
A vítima apoiava a candidatura de Netinho Reis para a Prefeitura de Caxias. Em postagem realizada neste mês de junho, Michel definiu o lançamento da pré-candidatura como a maior da história da cidade.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Segundo a Polícia Civil, os agentes da especializada realizam diligências para apurar a autoria e a motivação do crime.
Homicídio em Magé
O pré-candidato a vereador de Guapimirim, outro município da Baixada Fluminense, Livercino Marcelino dos Santos, de 49 anos, conhecido como Lili da Kombi, foi assassinado a tiros na noite desta quinta-feira (20) na cidade de Magé, na mesma região.
Segundo testemunhas, o crime aconteceu em frente ao bar da vítima no bairro Saco. Livercino já havia sido candidato a vereador em 2012 e 2016, mas não ganhou as eleições. De acordo com amigos, o homem era uma forte liderança política na região.
O caso segue em investigação na DHBF.
Morte de mãe e filho em Nova Iguaçu
Juliana de Lira de Souza Silva, de 44 anos, que era pré-candidata a vereadora de Nova Iguaçu, foi morta a tiros junto do filho, Alexander de Souza Gomes, de 27, no bairro Carmari, no mesmo município, no último sábado (15). A Polícia Civil investiga a hipótese de crime político.
Em uma publicação, o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Rio, Deodalto José Ferreira, conhecido por Dr. Deodalto, lamentou a morte de Juliana, também conhecida como Nega Juh.
"Com muita tristeza pela trágica notícia, presto minha homenagem à minha grande amiga, Nega Juh, e ao seu filho, que nos deixaram de forma tão brutal. Negah Ju sempre foi minha parceira, uma guerreira incansável que dedicou sua vida ao serviço da comunidade. Agradeço por tudo que fizeram por mim e por tantos outros. Que a memória e o legado de vocês permaneçam vivos em nossos corações. Descansem em paz, queridos amigos", comentou.
Assassinato de irmãos em Seropédica
Everton Damião Sá Passos Nascimento Junior, de 18 anos, e Kauã Marinho Nascimento, de 20, foram mortos a tiros no dia 11 deste mês em Seropédica, na Baixada Fluminense. Os irmãos são filhos da pré-candidata a vereadora da cidade Shirley Marinho.
Ao DIA, Shirley relatou que a família estava dormindo quando foi acordada com barulhos de sirenes e gritos de homens dizendo ser policiais e chamando por Everton, também conhecido como Juninho. Assustado, um dos filhos de Shirley foi até a entrada da casa, onde viu viaturas semelhantes às da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) e homens encapuzados.
Os homens seguiram chamando Everton, dizendo que todos iriam para a delegacia. Assustada, Shirley correu para uma mata, em direção à casa de Kauã, onde iria tentar se esconder. Ao chegar perto da residência, ouviu tiros vindos. "Eu falei: 'Deus não, por favor, não, não é possível'. Eu comecei a gritar dentro do mato, não acreditava no que estava acontecendo".
A pré-candidata contou que a família foi criada em Seropédica e é muito ativa na comunidade, onde realiza diversos projetos sociais. "Não tínhamos rivalidade, não tínhamos problema com ninguém, eu estou sem entender o que aconteceu, estou confusa. Meus filhos eram muito queridos, está o condomínio todo de luto", desabafou a mãe.
Confusa, a família busca respostas para entender as motivações do crime. "Que eu saiba, não tenho inimigos para poder chegar a esse ponto. Eu pedi para me matar na hora se matassem meu filho", disse.
Anos atrás, Shirley já havia perdido um outro filho, mais velho, também assassinado, após um desentendimento com a ex-mulher, mãe das filhas do homem. Na época, ela contou que Everton e Kauã a deram forças para continuar a vida.