Agatha Marquês Santos, de 26 anos, se recupera após ser baleada na cabeça em RealengoReprodução

Rio - "Fui surpreendida com dois tiros na cabeça. Começava ali o maior desafio da minha vida: lutar por ela." As frases são da jovem Agatha Marquês Santos, de 26 anos, que se recupera depois de ser atingida por disparos em abril deste ano, na comunidade do Batan, em Realengo, na Zona Oeste do Rio. A jovem ficou um mês internada e chegou a ficar em coma induzido. O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.
Em uma postagem realizada nas redes sociais neste final de semana, a mulher deu detalhes sobre o caso, alegando que foi vítima de uma tentativa de feminicídio, e as expectativas sobre sua recuperação. Segundo ela, os médicos esperavam que a jovem ficasse em coma por até três meses. 
"No dia 7 de abril de 2024, fui surpreendida covardemente com dois tiros na cabeça, vítima de tentativa de feminicidio. Começava ali o maior desafio da minha vida, dessa vez, lutar por ela. Com um suspiro, fiz todos que estavam a minha volta perceberem que ainda estava viva e começava ali a maior luta da minha vida. Deus, desde o primeiro momento, colocou anjos no meu caminho e me ajudou a superar todos os obstáculos que, a partir da ali, seriam muitos. E foram. Diante de uma expectativa dos médicos de até três meses em coma, surpreendi até mesmo a eles, voltando em duas semanas. A partir dali, não parei de me superar", contou.
Mesmo diante das dificuldades, a jovem afirmou que continuará lutando para melhorar. Ela recebeu alta do Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, também na Zona Oeste, em 7 de maio, deixando a unidade em uma cadeira de rodas. Com ajuda da fisioterapia, Agatha já conseguiu voltar a andar.
"Sei que ainda tenho um grande caminho pela frente, mas sempre fui forte, determinada e desafiada durante a vida e não vai ser essa fatalidade que irá me parar. Sei que vou vencer por mim, pelos meus filhos, pela minha família e todos os meus amigos que estiveram do meu lado durante todo esse tempo", comentou.
A mulher deu entrada na unidade no dia 7 de abril, quando foi baleada na cabeça na comunidade do Batan, em Realengo. Segundo a família da vítima, Douglas da Silva Virgulino, ex-namorado da vítima, teria feito os disparos. O casal havia terminado o relacionamento há cerca de um ano. Pessoas próximas da vítima acreditam que o crime teria sido motivado por ciúmes.

Na ocasião, de acordo com o relato da família, vizinhos ouviram os tiros por volta das 6h de domingo, em Realengo, na Zona Oeste do Rio. O irmão de Agatha, que mora em uma casa acima da vítima, desceu para se proteger ao perceber que o vidro do guarda-corpo da varanda havia quebrado. Na sequência, ele e a mãe foram em direção ao portão do imóvel, onde a jovem estava caída no chão.
Agatha e o ex-namorado tem um filho de 3 anos. Além disso, a jovem tem uma outra filha, fruto de um relacionamento anterior.
Em um primeiro momento, o caso foi registrado na 33ª DP (Realengo) como roubo seguido de lesão corporal. No entanto, o registro de ocorrência apontou que nenhum pertence foi levado da vítima. Os policiais investigam o caso como uma possível tentativa de feminicídio. Além de ouvir testemunhas e familiares, os agentes realizaram perícia no local do disparo e buscas pelo suspeito.
A investigação segue em andamento e é acompanhada pelo Ministério Público do Rio (MPRJ).