"Isabele, perguntei para minha filha de 6 anos o que ela pediria de presente de Natal para o Papai Noel, e ela me respondeu: Comida, mamãe!"
Esse é o tipo de apelo que jamais gostaria de receber... Apelo que corta na alma, que dói no coração, mas que infelizmente existe.
Alessandra Cunto Oliveira, de 40 anos, moradora de Santa Cruz, me procurou no programa de rádio, clamando por ajuda. Uma mãe desesperada, com quatro filhos pequenos, pedindo por emprego para poder colocar comida no prato.
Essa, infelizmente, é a realidade de tantas mulheres brasileiras que lutam para criar seus filhos sozinhas.
O pai, como em muitos casos, abandonou a família, sem olhar pra trás...
Ela acionou a Justiça, deu o endereço, nome completo do indivíduo e até agora, adivinhem? Nada!
Até quando nós, mulheres, seremos obrigadas a prestar o papel que também é de responsabilidade dos pais, se é que podem ser chamados assim, homens que abandonam seus filhos?
Mulheres não fazem filhos sozinhas!
Alessandra diz: "Eu sou guerreira! Só preciso de oportunidade para dar o mínimo pros meus filhos". De onde ela busca essa força... Eu sei! Do amor por essas quatro crianças.
Mas até que ponto um ser humano aguenta com o abandono e o descaso de tudo? Ela participou do meu programa de rádio e comoveu não só minha equipe, como todo o Rio de Janeiro...
No fim do dia, antes de fechar essa coluna, Alessandra já tinha um tempero de esperança e otimismo na voz... Disse que estava na rua, recebendo doações de quem ouviu seu desabafo, muito agradecida. Sonha em ter a carteira assinada mais uma vez e, assim, garantir o futuro dos filhos com o próprio suor.
Nesse Natal, além da mesa com comida, pedido pela filha, a família também vai encontrar dignidade.
Ah! E antes que eu me esqueça... Pro malandro, safado, que joga filho nas costas dos outros, sem dó, nem piedade...
3,2,1… É DEDO NA CARA!