Se não cuidar, todo mundo vai ficar doente. E não é do vírus! Medo de beber a água, de contrair o vírus, de tomar uma bala perdida, do morro desabar na sua cabeça. Medo de morrer!
A vida do carioca não é nada fácil e não é de hoje que ele sobrevive todos os dias. Sem contar o dia a dia da violência que gera ansiedade, pânico e vítimas diretas e indiretas, o Rio é um teste diário para a sanidade mental do carioca. Vamos pegar só 2020...
Nosso povo tem doenças rondando desde a primeira semana de janeiro. Foi quando moradores da Zona Norte amanheceram com água nas torneiras com cheiro, gosto e cor.
Até agora, eu, por exemplo, não consigo tomar a água da minha casa. E, pelo visto, muita gente também não. Meu filho aprendeu que beber água pode transmitir doenças, dor de barriga, e por aí vai.
Quem não teve dinheiro para comprar água mineral, se arriscou a tomar aquela que não é potável. Ou a opção era morrer de sede. Agora, vem mais essa paulada chamada coronavírus.
A gente nem saiu da crise da água e agora tem que gastar com álcool em gel. É criança sem escola, medo das consequências econômicas. Isso tudo num estado que mais sofre com o desemprego.
Não há quem aguente! Uma hora tudo 'dá ruim' na cabeça da pessoa. É muita angústia e incerteza de uma vez só. A psiquatra Roberta França alerta: "É a primeira vez na história que temos uma pandemia com rede social ativa. Isso faz com que o fluxo de informação seja muito rápido e agressivo. A gente não pode confiar em tudo que lê e também precisa cuidar desse desespero, trabalhar as emoções". Tem que respirar pra não pirar! Mas cuidado perto de quem. Eu falei respirar, não espirrar. Então, nada de dedo na cara. Continuem lavando as mãos!