Feiras lotadas em época de isolamento social - Divulgação
Feiras lotadas em época de isolamento socialDivulgação
Por O Dia
Hoje, depois de mais de dois meses, eu voltei a tomar água do filtro da minha cozinha. Não que eu ache que a água da Cedae esteja boa para tomar, mas não vou ao supermercado e nem acho boa ideia pedir para alguém daqui de casa sair.
Para passar o tempo, entre entreter a criança e também me desligar de tanta preocupação e ansiedade do que pode acontecer, resolvi fazer faxina... Vi o tanto de coisa que a gente tem em casa e não precisa...
A criança com brinquedos que pouco usa, eu com cremes abertos pela metade que nem lembrava mais que tinha...
Na dispensa, a lata de ervilha estava quase perdendo a validade! No guarda-roupas que eu tanto faço doações, vi que dá pra fazer mais ainda.
E é assim... Essa quarentena forçada vai fazer a gente olhar para dentro e para os nossos comportamentos. O medo do amanhã faz a gente entender que desperdício e consumismo são absurdos no dia-a-dia, ainda mais vivendo num país tão desigual... Que para matar um vírus, muita gente não tem água e sabão!
Vamos sair fortes, conscientes e mais unidos! Saber dar valor à liberdade sempre mexeu muito com o ser humano.
O fim das guerras sempre foi comemorado nas ruas, com abraços acalorados.
Enquanto isso não chega, tente olhar para você e se não gostar, se reinvente!
Se não conseguir, pelo menos tente. Vai valer a pena.

PINGO NO I

Eu achei que muita gente iria me criticar pelo que eu falei ao vivo na televisão, quando pedi para que os poderes paralelos exigissem que o povo fique em casa.
Mas não, pelo contrário...
O que mais ouvi, foi: “É isso, Isabele!”
Numa cidade onde a gente sabe que muitos lugares com alta densidade demográfica quem manda é o tráfico ou a milícia, é hora de fazer a politicamente correta? De jeito nenhum!
A gente tem que mandar a real que todo mundo já está cansado de saber, mas não tem coragem de falar.
Se eles têm poder sobre alguém, se mandam no local, eles têm sim a obrigação de proibir as pessoas de circularem pelas ruas!
Gostando ou não, essa é a infeliz realidade do povo do Rio de Janeiro. O Estado não se faz presente em várias comunidades da cidade.
Se o cara que manda, falar “não vai pra rua!” O povo vai respeitar... Ele vai continuar sendo bandido, vagabundo, mas agora, mais do que nunca, é o momento dele ser no mínimo cidadão.

Então, bora colocar o Pingo no I...
É hora de salvar vidas. Não importa da forma que seja!


TÁ FEIO!
Olha, vou te contar... A falta de noção de muita gente é grande, mas não sabia que era tanta!
Em vários pontos do Rio, a galera foi para as feiras livres, como se nada estivesse acontecendo...
Coronavírus? Em Itaguaí parece que ninguém ouviu falar! Todo mundo na rua, fazendo compras... Tudo funcionando normalmente. Na Glória e Tijuca também teve feira!

A ficha precisa cair...
A gente sabe que o povo precisa colocar as barracas para trabalhar e que também as geladeiras precisam ser abastecidas... Mas não dá pra encarar a situação como normal!
Acordem enquanto é tempo! Não é hora de comer pastel com caldo de cana ou tomar aquela cervejinha num dia de domingo.
Por isso, se você me perguntou se tá feio ou tá bonito... Depois não adianta reclamar... Muito menos, chorar, e tenho dito.