Rio - É assim que os moradores da Ocupação Unidos Venceremos, que faz parte do Complexo do Aveiro, no bairro Jesuítas, em Santa Cruz, definem a vida por lá: "A pior situação possível".
São 200 famílias que vivem sem saneamento básico, em barracos de madeiras com apenas um cômodo e que compartilham dois banheiros e uma cozinha para atender a todos. Como que vive assim?
Dignidade e esperança? São zero!
Eu já disse algumas vezes aqui que a pandemia do coronavírus veio para escancarar cada vez mais a realidade de um Brasil repleto de mazelas. O que já era ruim, ficou muito pior...
Não é possível que ninguém olhe para o sofrimento desta população. Entra governo, sai governo e o Rio de Janeiro é cada vez mais desigual... As políticas públicas tratam o pobre, o miserável, como invisível... Ou indigente. E isso é resultado de anos e anos de invisibilidade, sim! Nada é feito por aqueles que vivem nas extremidades.
Segundo moradores da Ocupação, há 3 anos que ninguém, isso mesmo, nenhuma autoridade apareceu para oferecer alguma melhoria.
"Se não fosse Deus e a solidariedade do povo, a gente estava lascado. É povo pelo povo mesmo", conta uma moradora.
Aluguel social? Nunca nem viram! Só aguardam, aguardam... Até agora nada.
Em tempos de pandemia, graças a muito esforço e dedicação de projetos sociais, ainda não houve casos da covid-19.
Mas até quando vão conseguir segurar? Se não há higiene... Só há descaso.
Não dá para cruzar os braços e aguardar a boa-vontade dos nossos governantes em lembrar que ali tem gente vivendo no perrengue. Perrengue não, calamidade! É preciso agir.
Não se pode aceitar, permitir que crianças vivam sem expectativa de ser alguém amanhã... Isso é cruel, é barbárie.
A coluna procurou a prefeitura, que por meio da Secretaria de Infraestrutura, Habitação e Conservação afirmou realizar monitoramento constante da comunidade e estudar a melhor forma de atender e elaborar ações no local. Afirmou também ainda não ter como detalhar as ações até que os estudos sejam concluídos.
3,2,1... É DEDO NA CARA!