Coluna Isabele Benito - Viviana antes da pandemia, trabalhando em sua carrocinha - Divulgação
Coluna Isabele Benito - Viviana antes da pandemia, trabalhando em sua carrocinhaDivulgação
Por O Dia

Auxílio emergencial aprovado...

"Ufa, vou já na Caixa sacar minha parcela!" Só que não...

Viviana Lima, 38 anos, mora em Irajá e viu a pandemia chegar como um furacão na vida.

Quando acha que nada pode piorar durante uma pandemia, já que estava sem trabalhar, ela viu sua única fonte de renda, a carrocinha onde vendia cachorro-quente, quebrar. E aí, trabalha como?

Ah, pelo menos tem o benefício dado pelo governo... Mas cadê que ela consegue sacar? A agência do bairro não aceitou sua identidade porque estava rasurada!

"Ah, saca pelo aplicativo!". Dá erro...

E lá vai Viviana emitir uma nova identidade... Ela bem que tentou agendar no Poupa-Tempo de Bangu... Nada até agora.

"Eu já não sei mais o que fazer. Eu preciso do documento, o tempo tá passando e a gente tá na dificuldade", conta ela.

Viviana precisou fazer até uma certidão de nascimento nova.

Olha o tempo que se perde com tanta burocracia... Ô gente, é necessidade! É dinheiro que vai da mão pra boca.

É claro que protocolos devem ser seguidos, mas a gente tem que ajudar de alguma forma uma mãe que está sem renda, com duas crianças que dependem dela.

A coluna procurou a Caixa e também o Detran, para encontrar a melhor forma de ajudar Viviana. A Caixa informou que, por questões de segurança, é preciso que Viviana e qualquer outro cidadão tenha em mãos um documento oficial com foto. Caso não seja identidade, é possível apresentar carteira de trabalho, habilitação ou passaporte.

O Detran afirmou que, desde o início da pandemia, mais de 105 mil identidades foram solicitadas, boa parte para solicitação de auxílios, e que inclusive 40 mutirões foram realizados com esse objetivo. No caso de Viviana, para que ela consiga a identidade, sua certidão de nascimento precisa estar legível. Quanto ao atendimento, a capacidade está reduzida, seguindo as regras de distanciamento, mas sempre ampliando a oferta de serviços.

PINGO NO I
Coluna Isabele Benito - Pingo no I - arco-íris
Coluna Isabele Benito - Pingo no I - arco-írisDivulgação
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E de repente o céu ficou meio dourado, o sol na briga com as nuvens carregadas, e veio ele todo colorido... O arco-íris gigante fez o carioca olhar e admirar o céu.
Não durou muito, mas acho que vale o registro. Nos últimos meses aprendemos a olhar os detalhes do dia a dia. As relações interpessoais ficaram intensas e aquilo que a gente não presta muita atenção, às vezes, como as cores do céu, ganharam novas dimensões.
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Muita gente, com a cidade mais silenciosa, pode ouvir o som natural do Rio de Janeiro. A cidade que fica entre o mar e a montanha também tem floresta e muitos bichos.
E nós também fomos obrigadas a desacelerar. Prestamos mais atenção na lua, no pôr do sol... E esse arco-íris num céu dourado traz sempre a esperança!
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Bora colocar o Pingo no I...
Que o céu divino da foto possa trazer o divisor de águas. De um passado nebuloso ao recomeço cheiro de ouro!
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