Auxílio emergencial aprovado...
"Ufa, vou já na Caixa sacar minha parcela!" Só que não...
Viviana Lima, 38 anos, mora em Irajá e viu a pandemia chegar como um furacão na vida.
Quando acha que nada pode piorar durante uma pandemia, já que estava sem trabalhar, ela viu sua única fonte de renda, a carrocinha onde vendia cachorro-quente, quebrar. E aí, trabalha como?
Ah, pelo menos tem o benefício dado pelo governo... Mas cadê que ela consegue sacar? A agência do bairro não aceitou sua identidade porque estava rasurada!
"Ah, saca pelo aplicativo!". Dá erro...
E lá vai Viviana emitir uma nova identidade... Ela bem que tentou agendar no Poupa-Tempo de Bangu... Nada até agora.
"Eu já não sei mais o que fazer. Eu preciso do documento, o tempo tá passando e a gente tá na dificuldade", conta ela.
Viviana precisou fazer até uma certidão de nascimento nova.
Olha o tempo que se perde com tanta burocracia... Ô gente, é necessidade! É dinheiro que vai da mão pra boca.
É claro que protocolos devem ser seguidos, mas a gente tem que ajudar de alguma forma uma mãe que está sem renda, com duas crianças que dependem dela.
A coluna procurou a Caixa e também o Detran, para encontrar a melhor forma de ajudar Viviana. A Caixa informou que, por questões de segurança, é preciso que Viviana e qualquer outro cidadão tenha em mãos um documento oficial com foto. Caso não seja identidade, é possível apresentar carteira de trabalho, habilitação ou passaporte.
O Detran afirmou que, desde o início da pandemia, mais de 105 mil identidades foram solicitadas, boa parte para solicitação de auxílios, e que inclusive 40 mutirões foram realizados com esse objetivo. No caso de Viviana, para que ela consiga a identidade, sua certidão de nascimento precisa estar legível. Quanto ao atendimento, a capacidade está reduzida, seguindo as regras de distanciamento, mas sempre ampliando a oferta de serviços.