Agradecimento no cartaz
Agradecimento no cartaz Divulgação
Por Isabele Benito
A mensagem piscou e o que parecia ser mais uma promoção era uma mensagem de despedida.
A pizzaria de massa “lowcarb” agradecia a clientela e avisava que já não poderia mais operar diante da crise que se arrasta há mais de um ano, já que a falência da economia brasileira vem bem antes do coronavírus.
É a mais nova categoria, os desempresários, que se encaixa nesse perfil de desalentados brasileiros, pequenos empresários e comerciantes, prestadores de serviço que tentaram, lutaram para manter as empresas abertas, mas diante do agravamento da crise não conseguem mais sustentar tanto tempo.
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Eles estão prestes a desistir de vez. Empresas familiares, de décadas, também fecharam as portas definitivamente e com eles levaram os empregos de centenas de famílias.
Francisca Ribeiro, dona de um restaurante em Botafogo, já não sabe mais o que fazer com toda a situação. Segundo ela, as dívidas fixas já passaram dos 100 mil reais.
“Eu tô tendo que negociar com os meus funcionários e infelizmente dispensá-los, o movimento caiu muito. Sinceramente, penso todos os dias em entregar e voltar a trabalhar em casa de família.”
Um outro empresário, Carlos Alberto de Azevedo, no ramo há 33 anos, é responsável por 5 restaurantes no Centro do Rio. Segundo ele, uma das unidades está fechada desde que a pandemia começou. As outras estão abertas com muitas dificuldades, mas chegaram a fechar por alguns meses.
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“A situação no Centro já era muito ruim. Nós temos 125 funcionários, mas não mandamos ninguém embora. No restaurante que fechou, todos os funcionários ficaram recebendo auxílio, mas agora que acabou, estão há 2 meses ganhando salário em casa, sem poder trabalhar. É difícil saber até quando vai dar pra segurar, porque o restaurante depende muito da retomada das empresas naquela região. A gente teve que pegar empréstimo, mas o dinheiro tá acabando.” conta Carlos, que está na expectativa de que as coisas melhorem com a vacinação.
O especialista em Finanças Gilvan Bueno Costa, afirma que segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, a estimativa é que 30% do setor tenha quebrado ao longo da pandemia.
Ele ainda dá dicas do que o governo deveria fazer para estancar o problema.
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“Criar um plano de vacinação de 12 meses, cortar os gastos, fazer reformas que possibilitem uma redução de custos para os empresários, buscar facilitar o acesso de crédito a micro e pequenos empresários e criar obras de infraestrutura, para gerar empregos. Essas são as principais medidas”, destaca ele.
É... Assim como para conter o vírus faltou gestão, a pandemia econômica também foi deixada de lado e vai colapsar.
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PINGO NO I
O papo é direto e reto... Vem superferiadão por aí, antecipação de todos os feriados!
Mas isso não é passaporte para fazer festa, se reunir ou viajar como se a vida tivesse normal.
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A medida é o alerta do tanto que a situação está grave! É pra todo mundo ficar uma semana dentro de casa, ou seja, tentar de alguma forma conter os números e o avanço.
Então, bora colocar o Pingo no I...
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Se não seguir direitinho, vai ser pior ainda! E o pior é o lockdown, que todo mundo tanto teme.
TÁ FEIO!
Mesmo com a fome, ele não tira o sorriso do rosto.
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Luís Paulo Silva Nascimento é morador de rua desde os 9 anos de idade e cruzou o caminho da coluna na Rua Teodoro da Silva, em Vila Isabel.
Ele não mora ali... Mora em outro local próximo, na calçada da Avenida 28 de setembro. E em todo esse tempo, nada mudou para ele!
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O pedido no cartaz já esfrega na cara a realidade de mais uma pessoa que fica invisível para a sociedade do Rio de Janeiro.
Você pode até encarar como esmola, mas pra mim é um sentimento egoísta de não conseguir acelerar o carro sem ajudar. Não muda a realidade dele, mas pelo menos vamos usar a força deste jornal para gritar que eles existem e se tá ruim pra muita gente, imagina pra quem nunca foi visto por ninguém!
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O sinal abriu, a vida teve que seguir, mas na hora da despedida, Luís disse exatamente o que estava escrito pequenininho no papelão: “Deus abençoe vocês!”
Por isso, se você me perguntou se tá feio ou tá bonito... Esse povo existe, e tenho dito!