Assaltos tem mudado a rotina de moradores, que querem transformar as ruas em condomínios fechados - Luciano Belford / Agencia O Dia
Assaltos tem mudado a rotina de moradores, que querem transformar as ruas em condomínios fechadosLuciano Belford / Agencia O Dia
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Rio - No ano passado, a Rodovia Presidente Dutra foi apontada pela Polícia Federal como a principal porta para a entrada de drogas em território fluminense, umas das mais perigosas. A maior frequência de roubos de cargas acontece em São João de Meriti e em Nova Iguaçu. Se na rodovia a violência aterroriza, nos bairros aos quais a Via Dutra corta o cenário não é diferente. Nos bairros Juriti e Grajaú, em Nova Iguaçu, moradores assustados com o aumento da violência mudarem a rotina e resolveram fechar algumas saídas para evitar a entrada de bandidos.

"Meu filho foi assaltado três vezes, meu marido duas, enquanto chegavam em casa ou desciam do ônibus. Está muito perigoso. Não aguentávamos mais por isso tomamos esta medida", afirma uma moradora do bairro Juriti.

Outro vizinho teve o carro e a mercadoria que trazia roubada. "Colocaram a arma na minha cabeça quando eu estava chegando para almoçar, eles não escolhem mais dia, nem hora".

Eram 20h30 quando G. chegava em casa, no mesmo bairro, após fazer compras para casa. Foi abordado por três bandidos que o levaram e fizeram assaltos na redondeza enquanto era feito refém. "Eles foram roubando todas as pessoas que passavam na rua, o tempo todo a arma estava na minha cabeça. Depois me largaram em um bairro próximo. Foi terrível".

Quando descia do ônibus, na Rua Oliveira Rodrigues, no bairro Grajaú, uma moradora que não quis se identificar, foi abordada por dois homens. "Eles me pediram o celular e a carteira. Estavam de moto e saíram pelo mesmo caminho que vieram, pela Dutra".

Depois de tantas ocorrências como estas, moradores da Rua Carolina, no bairro Juriti, resolveram o problema por conta própria. Eles não aguentavam mais tanto assalto e fecharam uma das entradas da rua. "Foi a maneira que encontramos de nos proteger. Se o Estado e a PM não faz, nós temos que fazer algo. Mesmo depois de tantas ocorrências registradas é difícil ver a PM fazendo ronda por aqui", reclama uma moradora.

Na delegacia da região, a 58 DP, segundo o ISP, o índice de criminalidade aumentou. Em janeiro de 2017 os roubos de rua somaram 178 ocorrências. Este anos, no mesmo período foram 246. O número de assaltos foi de 123, no ano passado, para 155, neste ano. O roubo de celulares também cresceu. Foi de 31, em janeiro de 2017, para 54, neste ano. O roubo de veículos também teve um salto: de 99 para 119. Os roubos a estabelecimentos comerciais teve 9 vezes mais registros.

Bairros com saída para rodovias são alvos dos criminosos. "Esses locais são considerados rotas de fuga, os bandidos entram e saem com muita facilidade. É preciso reforçar o policiamento nestes locais", alerta Paulo Storani, especialista em segurança.

A PM informou que o 20º BPM (Mesquita), realiza patrulhamento em toda a sua área de atuação, com viaturas, policiamento a pé e rondas.

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