Do alto, carro com Jojo Toddynho como galinha d'Angola no desfile da Beija Flor - Fernando Grilli/divulgação Riotur
Do alto, carro com Jojo Toddynho como galinha d'Angola no desfile da Beija FlorFernando Grilli/divulgação Riotur
Por O Dia

Duas grandes escolas da Baixada Fluminense prometer ir com tudo para buscar o título de campeã do Carnaval carioca. A Grande Rio, de Duque de Caxias, pisará hoje na Marquês de Sapucaí. A agremiação será a quinta a desfilar. Já a Beija-Flor de Nilópolis vai encerrar a festa no Sambódromo — a Azul e Branca será a última escola de amanhã e deve encerrar o desfile com o dia já nascendo.

Neste ano, a Beija-Flor, além do desejo de vencer, pretende resgatar a autoestima de sua comunidade após uma colocação desfavorável no ano passado. Para garantir o campeonato, a escola convocou dois dos carnavalescos mais prestigiados de sua história: Alexandre Louzada e Cid Carvalho. Juntos, os dois somam metade dos campeonatos da 'Deusa da Passarela'.

Com o enredo 'Se essa rua fosse minha', a escola fará uma leitura mística das ruas. "A diretoria achou que estava na hora da Beija-Flor beber naquela velha e boa fonte de antigamente (dos anos 2000 para cá). É o que a gente está fazendo: recuperando o estilo Beija-Flor de fazer Carnaval, na grandiosidade, no visual. É um Carnaval de muitos resgates", afirma Cid Carvalho.

Na Avenida, a escola contará o caminhar da humanidade através de rotas, caminhos, estradas, ruas reais e lúdicas, até chegar à rua de todos os sambistas, a Marquês de Sapucaí.

Em busca de suas raízes, a Grande Rio também vai mergulhar em histórias da comunidade e dará destaque a uma personagem marcante de Duque de Caxias, e ao mesmo tempo falar da luta contra o preconceito e a intolerância. Com o enredo 'Tata Londirá: o canto do caboclo no quilombo de Caxias', a escola resgata a história do irreverente babalorixá Joãozinho da Gomeia, ícone da cidade e da luta contra a intolerância.

Depois de dois anos com resultados bem abaixo do esperado, a escola decidiu apostar na inovação. E contratou a dupla de carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, que estreia no Grupo Especial com a missão de resgatar o orgulho do componente com um tema ligado à cidade.

Joãozinho da Gomeia, negro, nordestino, gay, espírita, dançarino e midiático, também sofreu perseguição política e religiosa. Mas não se intimidou e se transformou num grande agente cultural do município

"Ele lutou contra o preconceito e contra a intolerância religiosa e circulou por todas as camadas da sociedade. O enredo sobre Joãozinho da Gomeia tem uma ligação muito forte com Caxias. Ele faz parte da memória da cidade e a Grande Rio vai ser a mediadora dessa história" diz Leonardo.

Com tudo pronto, as duas escolas prometem fazer bonito. Resta torcer para que o título venha para a Baixada. 

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