Os ensaios na quadra do Acadêmicos do Grande Rio deram lugar ao trabalho solidário. Há quase um mês, um grupo de costureiras da agremiação cumprem expediente produzindo máscaras de tecido para distribuição nas comunidades carentes de Duque de Caxias com o objetivo de proteger a população contra o coronavírus.
Recentemente, esse esforço foi redobrado: a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) vem fornecendo material apropriado para a confecção de máscaras para uso hospitalar, que são destinadas aos postos de saúde da região e alguns hospitais, como o Hospital Infantil Ismélia da Silveira e Hospital Municipal Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo.
"As pessoas pensam que escola de samba é só festa. Estamos mostrando que podemos ir muito além, prestando assistência a quem precisa neste momento tão difícil", comenta a costureira Nete Cândido, que trabalha para a Grande Rio há mais de 20 anos.
Já foram entregues pela agremiação mais de três mil máscaras, enquanto é esperado que mais duas mil fiquem prontas em breve. "Já pegamos o ritmo da produção. Para quem está acostumada a fazer fantasias para o desfile, isso para nós é fácil", declara Nete, satisfeita por continuar tendo uma fonte de renda para a sua família nos meses em que está longe dos barracões.
BOAS AÇÕES MULTIPLICADAS
Moradora de Nova Iguaçu, Marcelle Abreu arregaçou as mangas e tem passado os dias e noites em frente à máquina de costura. Mesmo sem nunca ter costurado antes, ela decidiu ajudar a quem precisa e aprendeu a fazer máscara para doar. O valor? Um quilo de alimento que será doado a famílias que estão em dificuldades em tempos de pandemia. "Resolvi fazer para amigos e familiares que ainda não tinham máscara e pensei que se pedisse alimentos em troca poderia ajudar mais pessoas ainda. Muita gente me procurou, não só para pegar a máscara, mas para doar mais tecidos e elástico", afirma. A ideia deu tão certo que ela disponibilizou as máscaras em troca de doação na panificadora da família, no bairro Califórnia. "Está sendo gratificante".
