Em meio à pandemia de coronavírus, cada um tenta ajudar como pode. Sem poder realizar os passeios que costuma organizar, o projeto Pedala Queimados planeja alugar suas bicicletas à população que realmente precise sair de casa, nos bairros de Jardim São Miguel, Sem Terra, Nossa Senhora de Fátima, São Silvestre e Voldariosa.
O valor de R$ 5 por duas horas será utilizado para a higienização e manutenção das 40 bicicletas que ficarão à disposição. Por enquanto, pouco mais de 20 delas estão prontas para serem utilizadas, enquanto o restante ainda depende de peças (como pedais e guidões) para a adequação e padronização com adesivos próprios, visto que as bicicletas foram doadas pela Tembici, responsável pelas "Laranjinhas" na capital.
"A maioria das pessoas utiliza mototáxi e ônibus para se locomover. Acreditamos que moto é potencial transmissor do vírus, com muitas pessoas utilizando, sem saber se tem a higienização adequada. Mas, caso precise sair para um deslocamento rápido, a bicicleta seria a opção mais segura e barata. Para o centro de Queimados é cerca de 3 quilômetros de distância", explica Carlos Leandro, idealizador do Pedala Queimados e morador de Jardim São Miguel há 25 anos.
A ideia é começar com o empréstimo das bicicletas depois do Dia das Mães e avaliar se pode ser mantido após a crise do coronavírus. Em paralelo, o Pedala Queimados também tem o projeto de buscar em condomínios e prédios bicicletas abandonadas para reformar, vender e arrecadar dinheiro para comprar as peças necessárias para manutenção.
Quem estiver interessado e morar nos bairros contemplados, precisará entrar em contato com o Pedala Queimados, pelos perfis nas redes sociais ou pelo WhatsApp (21) 96908-3989. Será preciso comprovante de residência para utilizar as bicicletas.
Depois, as "magrelas" também serão usadas para o objetivo inicial do projeto criado em 2015 para promover a bicicleta como ferramenta de transformação social. Para isso, são organizados passeios turísticos por Queimados, em áreas rurais e regiões próximas.
"Em 2018, Queimados foi considerada a cidade mais violenta do Brasil e resolvemos envolver o projeto como foco para mudar esse panorama. A Baixada já é estigmatizada e buscamos desconstruir essa ideia mostrando as coisas boas da região, nós não somos violentos", completa Carlos, que está em processo final para transformar o projeto em uma ONG.