Momento para ouvir música, cantar e tocar violão reúne toda a família  - Arquivo pessoal
Momento para ouvir música, cantar e tocar violão reúne toda a família Arquivo pessoal
Por Aline Cavalcante

Mais tempo em casa, mais tempo para conversar, assistir um filme, brincar, ler um livro, cozinhar ou simplesmente para ficar na companhia de quem você ama. Assim têm sido os dias em muitas casas da Baixada Fluminense. Na semana em que é comemorado o Dia Internacional da Família, vamos conhecer um pouquinho de momentos calorosos e de aconchego, importantes para enfrentar o isolamento social da melhor forma possível.

Não à toa, a família Laranjeiras, de Nilópolis, apelidou seu lar como 'Casa de Bamba'. Em uma casa sempre animada e agitada, afinal o casal Marcela, 37, e Diego, 38, tem quatro filhos (Malu de 12 anos, Nina de 10, Bento, com 3, e o pequeno Otto de apenas 1 mês), a criatividade tem sido fundamental para que tudo funcione bem. "Elas se distraem entre elas na maioria do tempo, irmãos são uma excelente companhia. Porém, estamos sempre inventando brincadeiras e atividades com elas para não caírem na rotina. A chegada do nosso quarto filho, no dia 12 de abril, ajudou muito a não cair no tédio. Eles estão apaixonados pelo bebê", afirma o advogado Diego. 

Na sala, acontecem os jogos de cartas e de tabuleiro - Arquivo pessoal

Diversão é o segredo. A varanda da casa virou um playground. E tem até momento masterchef. "Aqui temos 'a quinta dos jogos'. É a noite em que desligamos a televisão para disputar jogos de tabuleiro e baralho. Fizemos uma amarelinha na varanda com adesivos no chão e da mesma forma fizemos um jogo da velha. Tocamos violão, cantamos juntos e assistimos séries. E nunca fizemos tantos bolos na vida! Eu adoro cozinhar junto a eles", conta Diego. 

Para Marcela, que é influenciadora digital, tem sido um tempo de ficarem ainda mais juntos. "Sem a correria de levar tantas crianças de lá pra cá para escolas, cursos e sem termos compromissos profissionais na rua, passamos a ter mais tempo disponível, então desfrutamos mais tempo com eles". 

Na varanda da família Laranjeiras, o chão ganhou uma amarelinha e um jogo da velha de adeviso - Arquivo pessoal
Apesar da falta de ir à rua, as crianças gostam de ficar em casa. "Tô gostando muito de ficar tanto tempo com as "manis"(irmãs) e meu fofucho (o bebê). Não tenho saudade da escola. Estou sentindo muita falta é da praia, do parquinho, de viajar e do meu primo Noah", confessa o pequeno Bento.

Na casa da fotógrafa Elis Meira,37, e do engenheiro Rafael Elias, 38, moradores de Nova Iguaçu, os dias de isolamento social têm sido de aprendizado e proximidade com os filhos Rafaela de Souza, 8, e Daniel de Souza, 6. "É uma experiência única, um misto de sentimentos. O mais difícil tem sido se reinventar para não deixar que eles absorvam todo o caos que estamos enfrentando", diz Elis. 

"Sem sombra de dúvidas estamos muito mais próximos, alimentamos ainda mais nosso amor. Estamos aprendendo a depender mais um dos outros, pois tem dia que não está legal pra um, mas o outro está cheio de ânimo, aí um levanta o outro", afirma Rafael.

Família da Elis está maratonando o clássico 'Star Wars' - Arquivo pessoal

Entre o trabalho home office dos pais e as tarefas da escola das crianças, a família tem desenvolvido brincadeiras juntos, muitas até são dos tempos em que Elis e Rafael eram crianças. "À noite, estamos maratonando algumas séries, no momento estamos acabando de ver Star Wars. Sempre pesquiso brinquedos educativos na internet que podemos construir com o que temos em casa. Resgatamos várias brincadeiras antigas como bolinha de gude, adedonha, banco imobiliário e outras", revela Elis.

Momento pais e filho

O músico Alexandre Soares Júnior, 24, mais conhecido como Barba Negra,  tem aproveitado para jogar pôquer com o pai e a mãe, uma atividade que faziam juntos quando ele era adolescente em casa, em Nova Iguaçu.

"Eu costumava jogar muito com eles quando eu tinha 14 anos, mas tinha muito tempo que a gente não jogava. Temos visto filmes e séries juntos. Também estou fazendo exercícios físicos com meus pais. Comecei fazendo no meu quarto sozinho e depois resolvi fazer no terraço e consegui trazer os dois comigo, é algo que eles não faziam antes da quarentena. É uma oportunidade que eu não tinha antes, está sendo muito bom valorizar momentos simples com as pessoas que você ama".

Mente sã, casa feliz

Elis e os filhos confeccionaram alguns brinquedos com garrafas pets - Arquivo pessoal
Muita informação, rotina modificada, sem o contato com o mundo exterior. O fato de estar confinado em casa e limitado em suas ações, tem trazido, para muitos, mudança de humor e de comportamento.

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"Pais com filhos pequenos devem estar atentos a alterações comportamentais e buscar meios de amenizar a tensão do momento. O ideal é falar sobre o vírus e o isolamento sem levar medo ou pânico. Esta é uma chance de desacelerar e olhar mais à nossa volta. O momento atual pode estimular a criatividade, brincadeiras e atividades em conjunto, o diálogo e facilitar a aproximação e o convívio", aconselha Andrea Ladislau, psicanalista especializada em psicopedagogia.
 
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