Desde setembro de 2016 a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) disponibiliza em seu campus de Seropédica um espaço para a Feira da Agricultura Familiar. A parceria de longa data faz parte de um programa de apoio aos produtores locais. Com o fechamento das atividades por causa do isolamento social, foram necessárias adaptações para seguir com o funcionamento em tempos de covid-19: a cesta virtual foi a solução encontrada para atender produtores e consumidores, e tem gerado frutos.
Se antes da pandemia a Feira da Agricultura Familiar da Rural (FAF Rural) acontecia uma vez por semana com mais de 20 feirantes, entre 8h e 13h, agora funciona virtualmente. De segunda a quarta os consumidores podem escolher os produtos disponibilizados - hortaliças, frutas, pães, bolos, geleias, ovos, cogumelos, vinhos, doces, sucos e cereais e até cosméticos naturais - e pagam via boleto. Todo processo é feito pelo site www.fafrural.com.br .
Os produtores então separam os pedidos e uma semana depois, toda quarta-feira, as cestas ficam à disposição no quiosque do Colégio Técnico da UFRRJ para serem retiradas de carro. No local, há distanciamento, álcool em gel, máscaras e luvas utilizadas pela equipe. E quem compra, tem que levar a própria bolsa.
"Comprava sempre na feira e, sem ela, o início foi ruim porque já estava acostumada com os produtos. Esse projeto online foi sensacional porque pude voltar a comprar e ainda passei para alguns amigos que tiveram o mesmo problema com as feiras que frequentavam. E eu me sinto muito segura na hora de buscar, com tudo organizado, distanciamento, álcool em gel. Estão tomando muito cuidado", elogia Dona Amparo Cupolillo, de 57 anos, moradora de Seropédica.
A ideia da cesta virtual já existia, mas precisou ser agilizada para manter a feira funcionando. Antes do projeto sair, os contatos dos produtores foram entregues aos clientes, para que continuassem comprando temporariamente até o site entrar no ar. Para a equipe da Rural, formada por professores e alunos residentes, foi um desafio a mais pela adaptação a um serviço que não é de sua área. E contaram com a parceria dos produtores, mais acostumados com entregas e a logística.
"Há um tempo tentávamos essa ideia, mas com a necessidade apertando, ela saiu. Eu já estava acostumada, entrego cestas no Rio com meu coletivo que possui certificado de produto orgânico. A experiência está sendo bem legal, com os pedidos crescendo a cada semana. O local de entrega é muito seguro, aberto, sem contato. O trabalho é espetacular", afirma Alessandra Reis, produtora cujo sítio fica em Mazomba, bairro rural de Itaguaí.