Narbal Fernandes e sua filha Alícia Fernandes. Correndo pelo Autismo - Arquivo Pessoal
Narbal Fernandes e sua filha Alícia Fernandes. Correndo pelo AutismoArquivo Pessoal
Por André Arraes

A pandemia do coronavírus e o isolamento social, adotado para conter o avanço da doença, não pararam o trabalho de ativismo de Narbal Fernandes, 38, ultramaratonista que, literalmente, corre atrás de mais consciência e respeito pela causa autista. Ele é pai da pequena Alícia, de 6 anos, que com 2 anos de idade foi diagnosticada com autismo. Desde 2016, o vendedor autônomo e morador de Mesquita uniu a paixão pela corrida com a luta contra o preconceito, e assim nasceu o 'Correndo pelo Autismo'.

Desde o início de seu projeto, Fernandes já fez 10 maratonas, todas elas carregando consigo a bandeira do autismo e também sempre acompanhado de Alícia na linha de chegada, que para o pai é melhor que qualquer pódio. Com as provas e eventos cancelados, por conta da pandemia, Narbal fez adaptações na rotina e faz da rede social uma grande aliada neste momento.

"Eu acordava antes das 5 da manhã para treinar, mas agora improviso como dá dentro de casa. Em abril, eu tinha palestras em escolas, nas praças de Mesquita, corridas, mas foi tudo cancelado. Acredito que a conscientização não pode parar, por isso utilizo muito o Instagram, acho uma ótima ferramenta para informar e proporcionar a inclusão. Toda postagem que faço é sempre pensando na causa, é ela que me move".

A rede social virou ferramenta de troca de experiências. "Eu recebo muitas mensagens de pais e mães. Eu procuro conversar, tirar dúvidas, pergunto como estão as coisas e tento ajudar".

Narbal ressalta também sobre a importância da informação para a diminuição do preconceito.

"A partir do momento que o pai e a mamãe têm o diagnóstico da criança eles precisam correr atrás das terapias, de direitos, benefícios, e também lutar contra o preconceito. Conscientizar é uma tarefa muito difícil e desgastante, mas está melhorando com o tempo. Há uns dez anos a situação era muito pior. A inclusão deve se tornar parte do cotidiano de todos. Eu não corro e luto só pela minha filha, faço por todos os autistas, pela causa".

Lutar e divulgar o projeto, virou um estilo de vida e uma ideologia para os pais da Alícia. "Eu vivo o autismo diariamente. A minha vida e da minha esposa, Aletha, é dedicada 100% a Alícia. Sempre busco ler, estudar e aplicar com minha filha os materiais das terapias. Os autistas e as pessoas com deficiência são cidadãos e merecem respeito", afirma Fernandes.

Para acompanhar as ações do projeto basta ficar de olho no perfil @correndopeloautismo, no Instagram.

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