Esgoto corre a céu aberto, atraindo vetores de doenças e prejudicando a saúde dos moradores da Baixada - Foto do leitor
Esgoto corre a céu aberto, atraindo vetores de doenças e prejudicando a saúde dos moradores da BaixadaFoto do leitor
Por Bruno Gentile

Em meio à pandemia de covid-19, muitos problemas ligados ao saneamento básico tem sido esquecidos. Um estudo feito pela Federação de Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), chamado de "Panorama do Saneamento", analisa os benefícios de uma PL para o investimento de cerca R$ 23 bilhões na universalização do serviço em âmbito estadual. Na Baixada Fluminense, por exemplo, cinco municípios sequer apresentam tratamento de esgoto.

Com o intuito de gerar empregos e melhorar as condições e qualidade de vida dos moradores do Rio, a análise conclui que, para se chegar a um índice de coleta e tratamento de esgoto satisfatórios no estado, seria preciso a injeção de R$ 19 bilhões, podendo resultar em 325 mil vagas de emprego e uma receita de R$ 29 bilhões para a economia local.

Na Baixada Fluminense, alguns dados do levantamento da Firjan são preocupantes. As cidades de Itaguaí, São João de Meriti, Paracambi, Magé e Queimados nem sequer possuem algum tipo de cuidado básico com os rejeitos despejados. Duque de Caxias (8%), Belford Roxo (6%) e Nova Iguaçu (1%) até apresentam relativo tratamento, mas ainda assim os números são bem baixos e alarmantes.

Em relação à coleta de esgoto, enquanto Nilópolis é o município com o maior índice, chegando aos 93%, Belford Roxo e Seropédica figuram entre as piores porcentagens (39% e 33%, respectivamente). Sem considerar Japeri e Guapimirim, que não tiveram os dados declarados na pesquisa, os outros municípios variam entre 40% e 60%. 

"É preciso que Estado e prefeitura trabalhem junto. Muitas vezes quando o município consegue construir um programa de saneamento falta continuidade. Os números da Firjan mostram que muitos lugares da Baixada até possui rede coletora de esgoto, mas não funciona. Uma política estruturada de longo prazo gera benefício para a saúde e emprego, já que para construir estas estruturas é preciso de mão de obra", afirma Henrique Silveira, coordenador da Casa Fluminense.

Meta referencial

O levantamento da Firjan concluiu que somente 31 das 92 cidades do Rio possuem coleta do esgoto. Para que 96% do estado seja atendido até 2033, R$ 8,8 bilhões deveriam ser destinados à área.

Sobre o tratamento de esgoto no Rio, somente 34% dos dejetos produzidos recebem cuidados de saneamento. Para atingir a meta referencial (96%) até 2033, seriam necessários R$ 10,2 bilhões.

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