Luciano de Carvalho estuda a criação de camarão em cativeiro desde 2014. Para realizar o sonho, ele saiu do Rio para morar na Baixada - Divulgação/Bruno Vinícius
Luciano de Carvalho estuda a criação de camarão em cativeiro desde 2014. Para realizar o sonho, ele saiu do Rio para morar na BaixadaDivulgação/Bruno Vinícius
Por O Dia

Há um ano Luciano de Carvalho decidiu mudar radicalmente de vida. Cansado da violência do Rio, ele e a esposa foram morar em Guapimirim. A cidade tem cerca de 61 mil habitantes, está a aproximadamente 50 km da capital carioca e 70% de seu território fica em área de proteção ambiental. A ideia do casal era ganhar mais qualidade de vida, ter dias mais calmos e respirar novos ares. Mas o que aconteceu foi mais que isso. Na nova cidade o empresário tirou do papel um projeto antigo e inovador: o cultivo de camarão marinho sustentável.

"O diferencial desse tipo de cultivo, fica por conta da sustentabilidade, tem zero de renovação de água, também não há contaminação da natureza, por exemplo. A filtragem do sistema é feita por uma bactéria que purifica a água, além de servir de alimento natural para os camarões. De maneira autossustentável a quantidade de ração para produzir o camarão diminui, o que barateia o processo", explica Luciano.

O empreendedor de 39 anos, trabalhava há 15 no setor varejista. Desde 2014 ele estudava e pesquisava sobre a criação de camarão marinho em cativeiro, por bioflocos. Esse sistema funciona com altas densidades de estocagem, capaz de produzir elevadas biomassas de camarões em pequenas áreas, outro ponto positivo da técnica.

Então, no ano passado foi que ele começou a dar luz à sua ideia que, finalizado, poderá gerar até 800 quilos a cada 20 dias.

"Dessa forma a gente aproveita melhor a área, não necessitando, então, de locais muitos extensos como acontece nas fazendas tradicionais do nordeste", pontua.

O local precisa ainda de alguns ajustes finais para começar a funcionar, principalmente na parte elétrica, e a previsão é de que os tanques já estejam povoados de camarões em setembro. Para gerir os 3.600 metros quadrados do território, serão necessárias seis pessoas trabalhando diretamente na atividade.

Desafios

Os seis anos do início do projeto até a fase de finalização atual foram complicados, segundo Luciano. "Essa área de criação de camarões tem muita tradição na região nordeste. Por isso, aqui tivemos muita dificuldade, e ainda temos, para trazermos mão de obra qualificada e assessoria técnica, por exemplo. Juntamente com a pesquisa e com parceiros que temos da região nordeste conseguimos idealizar e montar a estrutura que nós temos hoje".

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