Condomínio invadido - Divulgação
Condomínio invadidoDivulgação
Por O Dia

Quem comprou um imóvel no conjunto "Condomínio Estrela do Céu", em Itaguaí, em 2012, pensava estar vivendo a realização do sonho da casa própria. Hoje, oito anos depois, o sonho virou pesadelo. O prazo inicial de entrega, em 2014, não foi cumprido. Prestes a fazer a mudança, em julho deste ano, os proprietários denunciam que o local foi invadido. Eles tentam acionar as autoridades para reaver os imóveis. 

O condomínio tem 97 casa duplex geminadas com área de lazer que conta com  piscina, churrasqueira e quadra poliesportiva. No dia 17 de julho, no começo da noite, as casas foram ocupadas ilegalmente e os verdadeiros donos viram o sonho de finalmente terem suas casas ir por água abaixo. 

Segundo eles, alguns grupos de invasores vieram de ônibus. Outros, que chegaram conduzindo caminhonetes, colocaram móveis dentro das casas. Uma faixa foi colocada na grade do portão da entrada principal, na qual se lê "Perdemos nossos empregos e estamos nas ruas com nossas famílias". 

Começo do tormento

A oferta dos 97 imóveis em sete blocos na rua Pirapora 192, no bairro Jardim Laiá - às margens da Rio-Santos - foi feita pela Caixa Econômica Federal. A obra começou em 2012, a cargo da Construtora Andrade de Almeida, com promessa de entrega em 2014. Na época, o preço de cada casa ficava entre R$ 80 mil e R$ 100 mil. Mas a Andrade de Almeida não cumpriu o contrato firmado com a Caixa Econômica e depois de duas paralisações, largou a obra de vez em 2016. Com o abandono, houve saques ao almoxarifado e vandalismo em cômodos já finalizados.

Só em 2019 foi que a construtora Casaplan assumiu e deu continuidade às obras, que ficaram prontas em junho deste ano. Quando faltavam apenas as últimas 30 unidades, a construtora anunciou, no dia 13 de julho, que as vistorias estavam suspensas até segunda ordem. "Ficamos sabendo extraoficialmente que haveria uma reunião entre a Caixa e a Construtora para acertos finais. Mas o resultado dessa reunião é desconhecido até hoje", relata um dos proprietários que pediu para não ser identificado.

Providências

Após as invasões, uma das proprietárias disse que a Caixa informou que "é apenas o agente financeiro da operação, portanto, a questão referente à segurança pública ou invasão deve ser tratada junto à delegacia de polícia mediante Boletim de Ocorrência ou na esfera judiciária".

O delegado titular da 50ª DP, Marcos Castro, disse ao O DIA que abriu inquérito para apurar o ocorrido. "Vamos ao local para intimar os supostos invasores. Estamos juntando elementos para saber qual é a melhor conduta a adotar. Diligências serão feitas no começo da semana". 

Também há denúncias protocoladas no Ministério Público do Rio de Janeiro e na mesma representação a nível federal. Procurada pela reportagem, a Caixa Econômica Federal não respondeu.

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