O evento mundial "Playing for Change", algo como "Tocando para Mudar" na tradução, chega ao Rio de Janeiro nesta sexta-feira. Três artistas da Baixada Fluminense, dois de Nova Iguaçu e um de Belford Roxo, vão participar da coletânea musical online com mais de 75 artistas entre brasileiros e estrangeiros que vão homenagear o cantor e compositor Taiguara (1945-1996). De quebra, serão arrecadados fundos para ajudar crianças que lutam contra a miséria e desigualdade em países subdesenvolvidos, como o Brasil.
A Playing For Change é uma organização sem fins lucrativos criada para inspirar e conectar o mundo através da música. A ideia do projeto surgiu da crença de que a música tem o poder de romper fronteiras e superar distâncias entre as pessoas. Em seus 18 anos de atuação, a Fundação criou 15 escolas de música em 11 países, sempre utilizando a música como uma ferramenta de educação e transformação social.
A iniciativa chega ao Rio homenageando Taiguara, o artista mais censurado da época da Ditadura Militar, tendo 60 letras proibidas pelo Departamento de Censura às Diversões Públicas (DCDP). O evento irá celebrar a memória do cantor e compositor conhecido pela luta contra a desigualdade e a construção de um mundo mais justo. Os artistas produziram, ao todo, uma maratona de mais de 14 horas de músicas autorais e interpretações dos sucessos de Taiguara, que ficarão disponíveis no Youtube em https://www.youtube.com/c/playingchange e no Facebook em https://www.facebook.com/PlayingForChangeRio2020/. A organização desta edição está à cargo da filha do cantor uruguaio que completaria 75 anos em 2020, Imyra Chalar, além de contar com o apoio de membros do Observatório da Cultura de Curitiba, cidade-sede da Fundação Playing for Change no Brasil.
A Baixada Fluminense se faz presente com os músicos Vinícius Henrique, Michelle Lopes e Vitor Affonso. Os artistas irã cantar três músicas no evento, sendo duas de própria autoria e uma de Taiguara. Vinícius e Michelle vão interpretar uma música autoral cada do profissional de Nova Iguaçu, e Vitor ficará com a canção Estrela Vermelha do uruguaio de alma brasileira.
Vínicius Henrique acumula dez anos de carreira como cantor e compositor na Baixada Fluminense e comenta sobre o sentimento de fazer parte do projeto e, ainda, representar sua região.
"O cenário musical na Baixada é muito rico e vasto. Nós temos artistas de alta qualidade, com estrada e fama. Eu me espelhei muito na vontade de fazer arte e música dessa galera. Aqui temos um celeiro muito grande de artistas e fico muito feliz de fazer parte dele. Sendo assim, eu me sinto muito grato e honrado em representar a Baixada Fluminense em um evento mundial tão importante. Além de mostrar nosso trabalho, nós, artistas, sempre procuramos ajudar, e na maioria das vezes, é sem ganhar nada, doamos nossa arte para o bem do próximo. Taiguara foi o cantor mais censurado na Ditadura então, mais do que nunca, suas canções precisam ser ouvidas agora", ressalta Henrique.
