Professora de Matemática há 22 anos, Priscila Martins se realiza também com o trabalho em Auriculoterapia, prima-irmã da Acupuntura. Disposta a crescer, se reuniu com outras mulheres e realizou uma pequena exposição na Kaza do Vinho, em Nova Iguaçu, onde mora, em 2019. Daí surgiu um grupo de Whatsapp para troca de ideias e também um Instagram. "Utilizávamos nossas redes sociais como uma espécie de classificados. Era tudo bem amador", lembra. Era. Com a contratação da consultora Ma Monteiro, hoje o grupo Empreendedoras X compreende não apenas o ofício de Priscila como de várias mulheres da Baixada Fluminense decididas a consolidar seus negócios.
Nem a pandemia freia o afã. Agora em outubro, acontece o lançamento do e-book "10 passos para você começar a empreender". De graça para download. A coisa toda está sendo possível após a contratação da consultora. Em desafios que duram 21 dias, o conteúdo é passado para que as empreendedoras aproveitem ao máximo o potencial e a visibilidade. Acabamento das imagens, construção de texto e por aí afora. Multidisciplinar, o grupo consome as informações ao pé da letra. São mulheres que abraçaram Confeitaria, da Terapia Ocupacional, Design de Interiores, Costura Criativa e muito mais. O Instagram é @empreendedorasx e atualmente conta com 2.082 seguidores e seguidoras.
O grupo interage diariamente, trocando experiências e tirando dúvidas sobre o mundo empresarial. Com uma mensalidade simbólica - para manter o gerenciamento das redes sociais -, atualmente cerca de 20 mulheres de diferentes municípios da Baixada integram o projeto. "Nosso projeto hoje põe em primeiro plano o empreendedorismo. No e-book, que é inteiramente gratuito, vamos explicar os caminhos para outras mulheres alcançarem sucesso com as vendas", afirma Priscila.
A chegada do novo coronavírus foi um banho de água fria no evento de comemoração do primeiro ano do Empreendedoras X. Aconteceria dia 27 de março na Casa de Cultura de Nova Iguaçu. "Aguardamos tudo se normalizar a iremos cumprir a agenda que temos lá na Casa de Cultura. Seja quando for, será a celebração de primeiro ano de criação das Empreendedoras X", conta a terapeuta.
A festa vai ter uma mesa enfeitada, certamente, pelos confeitos de Fabiana Santos, moradora de Nilópolis, dona da Sonhos de Açúcar. "O grupo foi muito importante para me fazer repensar, em um momento de instabilidade. A ajuda foi muito motivacional, me ajudou a elaborar estratégias para continuar. É uma experiência muito positiva pela troca de esforços, a gente consegue tirar dúvidas sobre problemas comuns no nosso cotidiano e até pensar em projeto juntas", explica Fabiana.
A partir das dinâmicas propostas no grupo ela criou um kit, que conta com um bolo, docinhos e uma lembrancinha, que fez a Sonhos de Açúcar emergir da crise.
“Coloquei a mão na massa e fui produzir bolos caseiro para complementar a bolsa que eu recebia e conseguir fazer o curso. Acabou virando um sucesso, todo mundo me conhecia como ‘a menina dos bolinhos’ e eu continuei, porque era um custo muito alto me manter na faculdade.”
Depois de concluir a graduação, ela chegou a lecionar para a educação básica. Em 2015, após o término do mestrado, Fabiana procurou outras áreas dentro da biologia para atuar de maneira profissional. Para se manter enquanto não conseguia se estabelecer no mercado de trabalho, ela trouxe de volta “a menina dos bolinhos”.
“Eu fui lá atrás, naqueles bolinhos que me ajudaram a me manter durante a graduação, a realizar meus sonhos. O nome Sonhos de Açúcar foi escolhido porque através das doçuras do açúcar eu ia conseguir realizar os meus sonhos.”
Em 2016, a sorte finalmente bateu à sua porta e ela se tornou gerente de um projeto de conservação de corais em Armação dos Búzios, na Região dos Lagos. Mas, a realização do sonho não a fez deixar a confeitaria de lado e ela passou a se dividir entre o sonho da biologia e a paixão pela confeitaria.
Atualmente - com o fim de seu trabalho no projeto -, Fabiana se dedica integralmente à confeitaria, sonha em abrir um ateliê e contratar uma equipe, para conseguir administrar melhor o negócio e voltar também a trabalhar na área ambiental.
"Como empreendedora, hoje sei que o que faz a diferença é agarrar as oportunidades à medida que elas surgem, na vida nada é 100% estável. Temos que ser flexíveis e nos moldar conforme o cenário. Essa é uma lição que aprendi a duras custas, para nós, isso é o empreender.”
