Cachoeira da Colônia - DIVULGAÇÃO
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Por O Dia

O turismo clandestino tem aumentado cada vez mais. Áreas de preservação ambiental e com acesso restrito têm sido invadidas para lazer em Nova Iguaçu. Um dos locais que mais tem sofrido é a cachoeira da Colônia, que fica dentro da Reserva Biológica do Tinguá (Rebio do Tinguá). O que muitos não sabem, é que, por se tratar de uma área privada, fazer trilhas nestes locais é ilegal e configura crime ambiental.

De acordo com William Ribeiro, membro do Conselho de Turismo de Nova Iguaçu (COMTUR), a Cachoeira da Colônia, por estar dentro da Reserva, tem acesso permitido apenas para visitação educacional ou para pesquisas em grupo, e sempre com agendamento prévio. "O ser humano causa impacto na natureza e muitas vezes cortam árvores e espécies raras de plantas para abrir uma trilha. É o que acontece em alguns acessos clandestinos abertos para chegar na cachoeira da Colônia. Isso causa um desequilíbrio grande no ecossistema".

O banho de cachoeira, um dos objetivos de quem atravessa a trilha clandestina também é proibido, já que é desta fonte que sai a água que abastece boa parte da população da região e do Rio. "O banho de cachoeira prejudica mananciais de água que abastecem a cidade do Rio e da Baixada. Embora muito bom, muito legal se refrescar, acaba prejudicando e comprometendo a qualidade da água", explica William.

A Rebio do Tinguá tem mais de 24 mil hectares de extensão, distribuídos nos municípios de Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Miguel Pereira e Petrópolis. É um dos maiores fragmentos de mata atlântica contínua e preservada do país. A Rebio é considerada como de extrema importância biológica para a conservação da fauna, flora e recursos abióticos.

Invasões e ações de combate

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente e o COMTUR, o lazer clandestino tem se organizado cada vez mais, principalmente pelas redes sociais, e se articulam para driblar a fiscalização. "Os invasores usam sistema de grupos de informação de WhatsAapp para avisarem uns aos outros os dias de operação, fugindo assim do flagrante delito", afirma William Ribeiro.

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente de Nova Iguaçu, no local há sinalização proibitiva, porém os invasores ignoram os avisos e arrombam a cerca e adentram o espaço, principalmente em acessos longe das principais entradas, trechos mais afastados que cortam bairros como Adrianópolis e Jaceruba.

Segundo o COMTUR, várias denúncias já foram feitas à Secretaria de Meio Ambiente de Nova Iguaçu e ao ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), responsável pela administração da Reserva de Tinguá, e ambos os órgãos têm feito fiscalização.

Como não cair na ilegalidade

Ao invadir uma área de proteção ambiental, o visitante está cometendo Crime Ambiental Federal (invasão da Rebio Tinguá) e Crime Civil (depredação e invasão do patrimônio particular). Quem for flagrado pode ser responsabilizado administrativamente, civil e penalmente, podendo levar multa ou ser preso.

"É importante sempre procurar se informar nas redes sociais e canais oficiais dos órgãos de turismo ou do local a ser visitado. Assim, é possível saber se aquele local é liberado para visitações", alerta William Ribeiro.

Para visitar a Rebio do Tinguá, é preciso preencher um formulário no link http://www.rebiotingua.eco.br/visitacao.php e aguardar o agendamento.

Atrativos naturais

Nova Iguaçu possui potencial para o lazer e turismo, principalmente por suas áreas naturais conservadas. Mais de um terço do território (35%) está coberto de floresta. A cidade abriga uma Reserva Biológica, oito APAs Municipais, três APAs Estaduais e três Parques. Destas, somente na Reserva Biológica do Tinguá, que não é permitido a visitação como destino de lazer e ecoturismo.

O Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu, também conhecido como Parque do Vulcão, é uma das opções liberadas para o lazer. São 1.110 hectares com trilhas, mirantes com belas vistas, lagos naturais, a cachoeira Véu de Noiva e o Rio da Cachoeira. Dentro do parque é possível praticar rapel, voo livre e a modalidade trekking.

Áreas de Proteção Ambiental (APAs) de Tinguá, Jaceruba e Rio D'Ouro são outros espaços para prática do ecoturismo e do lazer. Como turismo de contemplação, a APA Guandu-Açu se destaca. Conhecida como Pantanal Fluminense, a área conta com diversidade de espécies da fauna e flora, beleza cênica e rios que desaguam naquela região, que formam um espelho d'água.

 

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