Professor Miguel Nagle, diretor do curta Caio Almeida e produtores  - Maria Clara Oliveira / Divulgação
Professor Miguel Nagle, diretor do curta Caio Almeida e produtores Maria Clara Oliveira / Divulgação
Por O Dia

A ansiedade e a empolgação dos participantes das duas turmas de Roteiro e Direção do Curso EncontrArte Audiovisual para ver o resultado de dois dias de dedicação à filmagem dos curtas-metragens Viro Artista ou Morro Tentando e Dezoito serão exibidas sábado, a partir das 9h, no auditório do Centro Social São Vicente, o antigo Patronato, no Centro de Nova Iguaçu.

Eles se dedicaram, na semana passada, à gravação dos roteiros criados por Caio Almeida (Dezoito) e Guilherme Freitas (Viro Artista). Na primeira história, um ator sequestra um produtor para convencê-lo a gravar seu roteiro. Na outra, um jovem órfão precisa sair do abrigo onde mora ao completar 18 anos. A supervisão do trabalho é do coordenador pedagógico do curso de audiovisual, o diretor de cinema Miguel Nagle.

"Fiquei muito empolgado com o grupo. Sou natural de Nova Iguaçu e achei importante retornar e devolver algo, contribuir para o surgimento de novos cineastas e criar oportunidades aqui na região, onde não há acesso a esse tipo de formação", salientou ele, que hoje mora em São Paulo.

O curso, gratuito, possibilitou a participação de 40 alunos de cidades da Baixada e também de bairros do Rio. Autor do roteiro de Dezoito e também diretor do curta, Caio Almeida, de 32 anos, é morador do Centro do Rio, enquanto Guilherme Freitas, de 21, criador da história de Viro Artista ou Morro Tentando vive com a família em Duque de Caxias.

Ambas as produções foram gravadas no Centro Social São Vicente. Enquanto Viro Artista foi inteiramente filmado no estúdio da EncontrArte Audiovisual, Dezoito mostrou a área externa do local, com o antigo Patronato representando o abrigo da trama.

O baiano Kauê Rodrigo participava da turma da manhã e ganhou o papel de Vinícius, protagonista de Dezoito. Para estar no Patronato às 8h, ele saiu da Ilha de Guaratiba, na Zona Oeste, às 4h. "É a primeira vez que eu participo de um curso audiovisual. Vim para o Rio para estudar teatro e quando soube do curso aqui, não pensei duas vezes", contou ele, que caminha vinte minutos por uma fazenda até chegar ao ponto de ônibus.

Diretora de Viro Artista ou Morro Tentando, Laís Muniz tem 23 anos e ajuda a custear a passagem e seu aluguel vendendo sanduíche natural desde que começou a pandemia. "Sou atriz de teatro e essa é minha segunda experiência com audiovisual. Espero que depois daqui a gente consiga se inserir nesse mercado ou mesmo montar uma produtora", aposta ela, que mora no Centro do Rio.

O belforroxense Johnny Rocha e o iguaçuano Libny Marques interpretaram, respectivamente, o produtor sequestrado e o roteirista no curta-metragem Viro Artista ou Morro Tentando. Os atores abriram mão do cachê para auxiliar a produção do filme.

O curso da EncontrArte Audiovisual é uma das poucas iniciativas voltadas ao setor na periferia, principalmente na Baixada. Os produtores se preocuparam em seguir todos os protocolos de segurança sanitária nas filmagens: medição de temperatura, distribuição de álcool gel, uso de máscaras e distanciamento social.

Idealizador e coordenador-geral do projeto, o ator e produtor Fábio Mateus recordou o que possibilitou a realização desse trabalho. "A criação do curso e manutenção desta primeira fase, são possíveis devido às emendas parlamentares", afirmou.

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