Cooperativa dos Produtores Agropecuários de Mesquita (COOPAMESQ) tem autorização para produzir polpas de nove frutas na Agroindústria Familiar - Gabriel Wilkem/PMM
Cooperativa dos Produtores Agropecuários de Mesquita (COOPAMESQ) tem autorização para produzir polpas de nove frutas na Agroindústria FamiliarGabriel Wilkem/PMM
Por O Dia

Em parceria com a prefeitura municipal, a Cooperativa dos Produtores Agropecuários de Mesquita segue firme na produção de polpas de frutas na cidade. Com 23 agricultores cadastrados, a COOPAMESQ utiliza o espaço da Agroindústria Familiar de Mesquita, em Santa Terezinha, para realizar todo o processo. Ali, eles estão preparados para produzir, embalar e comercializar polpas de nove frutas: manga, acerola, goiaba, abacaxi, jabuticaba, seriguela, maracujá, cajá e açaí.

"A cooperativa está apta a produzir doces e geleias também. No entanto, a produção de polpas de frutas se mostrou mais vantajosa por conta da demanda maior. E, principalmente, pelo fato do fluxograma de produção ser mais curto e ter um custo menor", explica Glauber Figueiredo, subsecretário municipal de Agricultura de Mesquita.

O processo de produção de polpas de frutas é mesmo bem ágil. Tudo começa quando os agricultores, depois da colheita, levam as frutas para a Agroindústria Familiar. Lá, elas são pré-higienizadas e também pré-selecionadas, separando as que não estão em condições apropriadas para o despolpamento, que são direcionadas à compostagem e, assim, se transformam em adubo para novas plantações. Então, o produto é pesado e posto em uma solução de hipoclorito a 2%, para sanitização, num processo que dura de 20 a 30 minutos. Em seguida, as frutas passam por uma mesa de lavagem, onde o excesso de hipoclorito é retirado.

"Quando essa sanitização é concluída, as frutas com caroços maiores e duros são cortadas. Daí, elas são levadas à despolpadeira, uma máquina que separa cascas e sementes da polpa, resultando no produto final. Dali, as polpas são embaladas em sacos plásticos, congeladas e, assim, ficam prontas para a comercialização", conta Fábio Vilas Bôas, engenheiro agrônomo da Prefeitura de Mesquita e responsável técnico da cooperativa.

Rendimento

Somando todas as fases de produção, desde o momento da pesagem até a hora de selar a embalagem, as polpas de fruta demoram cerca de 45 minutos para ficarem prontas. Cada fruta, no entanto, tem um rendimento diferente. A manga, por exemplo, chega a render 60% nesse processo. Ou seja, a cada 10kg da fruta, são feitos, em média, 6kg de polpa. Mas há opções mais vantajosas.

"Com a goiaba, o rendimento chega a ser superior a 80%. Mas, por outro lado, temos frutas que rendem muito pouco. E cujas polpas, por isso, custam mais caro. É o caso do maracujá, por exemplo, que rende uns 30% só", diz William Sampaio Mota, presidente da cooperativa dos produtores.

Agricultores cadastrados na Cooperativa dos Produtores Agropecuários de Mesquita já fornecem seus produtos para a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). A cooperativa foi contemplada pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) em dois editais, nos valores de cerca de R$ 50 mil e de R$ 80 mil, respectivamente. A CONAB compra a produção de hortifrutigranjeiros dos cooperativados e encaminha ao Banco de Alimentos da própria Subsecretaria Municipal de Assistência Social de Mesquita e também ao Banco de Alimentos de Nova Iguaçu. Assim, em Mesquita, a SEMAS consegue distribuir essa produção às pessoas em situação de vulnerabilidade social, através dos CRAS, CREAS, Abrigos e outros equipamentos sociais. Além de polpas, os bancos de alimentos recebem limões, abacate, acerola, manga, batata doce, aipim, laranja, tangerina e caqui.

Manual de Boas Práticas de Fabricação de Alimentos

Desde 2017, o governo de Mesquita trabalha no incentivo à agricultura familiar no município. Em abril de 2017, um curso de capacitação direcionado a 20 agricultores da Cooperativa dos Produtores Agropecuaristas de Mesquita (Coopamesq) e três técnicos da prefeitura foi realizado, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A ação resultou na elaboração do "Manual de Boas Práticas de Fabricação de Alimentos", documento fundamental para que a cooperativa conquistasse o registro necessário para a comercialização das polpas e doces produzidos pelos agricultores. Isso a partir da certificação dos produtos junto à ANVISA e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A falta do documento impedia que esses agricultores participassem de editais públicos - como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) - com produtos processados. O foco da capacitação promovida pela Embrapa Agroindústria de Alimentos foi em práticas de higiene e ferramentas de qualidade obrigatórias para estabelecimentos processadores de alimentos.

 

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