Por caio.belandi

Queimados - Enquanto muitos foliões se concentram para acompanhar os desfiles na Marquês de Sapucaí e outros milhares chegam ao Rio para aproveitar os blocos de rua, um grupo se prepara para sair às ruas de Queimados.

Com roupas coloridas e brilhantes e máscaras, a tradição dos clóvis, ou bate-bolas, se renova a cada ano pela Baixada. Nas ruas dos bairros, os moradores aguardam ansiosos para conhecer o que cada turma, como são conhecidos os grupos de bate-bolas, vai apresentar no carnaval. As fantasias mais elaboradas chegam a custar R$ 2 mil.

Turma Atração prepara as fantasias deste ano%2C com o tema de ‘Alice no País das Maravilhas’Sandro Vox/Agência O Dia

Não há uma estatística oficial de quantas turmas existem, mas segundo a pesquisadora Aline Valadão Gualda, autora da tese ‘Tramas simbólicas a dinâmica das turmas de bate-bolas do Rio de Janeiro’ há cerca de 500 equipes. “Os clóvis são o resultado da mistura de várias festas populares europeias. No Rio sempre esteve ligada à cultura da periferia”, diz um trecho da tese.

Vestidos com roupas coloridas, que lembram às dos palhaços, eles usam máscaras aterrorizantes. Mas a Turma Atração garante que é da paz. O grupo foi formado em 2002 por Márcio Lopes e só tem crescido. “Da primeira vez que desfilamos, éramos apenas 12 pessoas. Hoje somos 87 integrantes buscando a alegria.”

No desfile deste ano, a Turma Atração terá como tema o personagem Alice no país das Maravilhas, escolhido em conjunto durante reuniões que são realizadas ao longo do ano. “Nos reunimos no barracão, onde fazemos também churrascos de confraternização”, conta Jeferson Cardoso, 27. O que para muitos é brincadeira de Carnaval aqui é levado a sério. “Pedi dispensa de uma semana do trabalho só para dar os últimos retoques nas roupas. Amo demais ser bate-bola”, diz Leonardo de Souza, 30.

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