Feira no Cachambi  - Ivan Costa
Feira no Cachambi Ivan Costa
Por O Dia

Não adianta recomendação de Organização Mundial da Saúde, de Ministro da Saúde, de ninguém: a vida segue normal para muitos. Aglomerações, vai e vem, música alta, criança brincando nas ruas, idosos passeando… É como se não estivéssemos em calamidade pública por conta de um perigo invisível. Sintomas de irresponsabilidade para com a saúde pública reinando nos subúrbios cariocas.

Neste fim de semana, o Brasil chegou próximo da casa dos 500 mortos. E no domingo passado, só a cidade do Rio de Janeiro registrava pouco mais de mil casos confirmados e 60 e tantos óbitos. Entraram para a estatística dois bairros suburbanos: Inhoaíba, na Zona Oeste, e Portuguesa, sub-bairro da Ilha do Governador.

Relatos chegam a todo momento: pessoas na rua como se fosse férias, em Paciência; botequins lotados em Marechal Hermes; praças cheias em Pedra de Guaratiba; Vista Alegre e adjacências como em dia normal; churrasco na rua com a galera, em Benfica; festa na rua, em Realengo.

Na Baixada Fluminense, teve futebol em Belford Roxo, e o calçadão de Duque de Caxias, na semana passada, teve ritmo de trabalho normal, com direito ao prefeito da cidade, Washington Reis (MDB), mantendo igrejas abertas, dizendo que "a cura virá de lá, dos pés do Senhor". Só tomou providências humanas após a confirmação do primeiro óbito...

Não bastasse termos esse inimigo invisível, esbarramos na ignorância de pessoas e autoridades públicas políticas, que não param de fazer campanha até mesmo em situações como essa. E àqueles que ainda têm algum senso de responsabilidade social, resta apelar para os puxões de orelha aos mais próximos. Pedimos: quem puder, fique em casa. Previna-se e cuide de si para poder cuidar de sua família e pessoas próximas. Muita atenção na orientação de especialistas e esqueçam aventureiros e oportunistas.

E a rotina de quem está levando a sério?
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A crise causada pelo coronavírus não é só na saúde. A rotina das pessoas que têm oportunidade de ficar em casa certamente foi alterada em diversos aspectos. E para os dias de isolamento social, afazeres domésticos têm sido uma das saídas para a distração, como mudança de móveis do lugar, reparos e manutenção pela casa, trato mais dedicado aos animais domésticos, mutirão de tarefas etc. De quebra, artistas como Fundo de Quintal, Tiee e Ferrugem têm embalado o isolamento com apresentações ao vivo pelas redes sociais. Oportunidade não só de cuidar da saúde, como de ficar próximo da família, ajudar em casa e curtir um som.
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O oposto da irresponsabilidade
Pessoas dispostas a informar e alcançar onde o poder público não chega têm estado presente nos bairros suburbanos. Caso da União Coletiva Pela Zona Oeste, que está correndo para ajudar as mais de 1.700 famílias em vulnerabilidade social nos bairros de Paciência, Santa Cruz e Sepetiba, e os Urbanistas Contra o Corona, que lançaram um mapa colaborativo on-line para registrar iniciativas de combate ao coronavírus no Rio. E nas redes sociais também tem movimento: o grupo SOS Coronavírus RJ atua no Facebook trocando informações - sem fake news - sobre a pandemia na cidade e região metropolitana.
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