As apresentações magníficas de quadrilhas que rodam cidades pelo estado levam por aí seus figurinos coloridos e coreografias espetaculares - Arquivo O DIA
As apresentações magníficas de quadrilhas que rodam cidades pelo estado levam por aí seus figurinos coloridos e coreografias espetacularesArquivo O DIA
Por O Dia
Rio - Praça Santa Emiliana, IAPI da Penha. Minhas lembranças da infância nos anos 1990 me levam até a praça movimentada no mês de junho. Ônibus estacionados nas ruas paralelas, as quadras tomadas de barracas e pessoas para assistirem as apresentações das quadrilhas.

Quem é morador dos subúrbios do Rio vai entender o que representam as festas juninas. Particularmente, penso ser um período que deveria receber a mesma atenção do poder público que o Carnaval.

As apresentações magníficas de quadrilhas que rodam cidades pelo estado levam por aí seus figurinos coloridos e coreografias espetaculares.

As festas, como conhecemos, remontam os antigos salões das realezas europeias e seus passos. As expressões que chegaram até nós vieram, por exemplo, da França e foram abrasileiradas: "anarriê" vem do francês "an arrière" (para trás); "alavantu" significa "en avant, tout" (para frente, todos).
Completam as celebrações as comemorações aos santos populares deste mês: Santo Antônio (13), São João (24) e São Pedro (29). E já até tem a adaptação para outras vertentes cristãs: as "festas do milho" são promovidas em arraiás feitas em igrejas evangélicas. Quem não gosta de um milho verde cozido, paçoca, pé de moleque e de outras comidas típicas da época, não é?

Ah! Claro, não podemos esquecer das fogueiras, o principal símbolo desta celebração. Nos candomblés, acendem para Xangô, o Orixá da Justiça.

Em um cenário de pandemia, como faremos nossas festas juninas? Ou melhor: será que faremos? Por enquanto, o importante é cuidar da saúde e salvar vidas. Quando isso passar, precisamos pensar na importância dessa data para a cultura carioca.
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Barreiras a serem superadas
Apesar da beleza da festa, muitos grupos deixam de se apresentar por falta de apoio e recursos. Grupos tradicionais dos subúrbios e da Baixada encontram dificuldades para, por exemplo, a confecção das roupas e gastos com equipamento e pessoal. Só uma vestimento pode chegar a custar cerca de R$ 1 mil. A manutenção das apresentações, com toda a estrutura pode chegar a centenas de milhares de reais por temporada. É importante discutirmos um apoio mais robusto do poder público e privado nas parcerias com esses grupos.
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As principais festas da região
Na Baixada Fluminense, as festas de Santo Antônio dividem opiniões e aquecem o debate sobre qual a melhor. O campo é armado para uma contenda que ganha espaço em discussões humoradas pelas redes sociais quando, por exemplo, se discute qual delas é a capital da Baixada. Sim, estamos falando de Duque de Caxias, com o Circuito Arraiá, e Nova Iguaçu, com o Arraiá d'Ajuda. O santo é padroeiro das duas cidades, as maiores da região e importantes pólos industriais do Brasil.