Adesão a plano de benefícios e descontos em saúde aumenta em SG
Procura do gonçalense por serviços médicos e laboratoriais privados apontada por pesquisa da Rede Saúde Total, demonstra preocupação com superlotação da rede SUS agravada ainda mais pela pandemia, diz especialista
Por Irma Lasmar
SÃO GONÇALO - Aumentou em 26,5% o número de adesões a planos de saúde ou de benefícios que incluam consultas e exames com descontos. A mesma pesquisa, realizada pela Rede Saúde Total, apontou para a preocupação das pessoas em não depender apenas da rede pública e também em obter amparo na hora do falecimento. Uma despesa extra pesada para a população gonçalense, a qual, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ganha em média 2,1 salários mínimos e teria dificuldades em arcar com um benefício privado custando entre R$ 280 e R$ 2.000, dependendo da faixa etária. Os cartões de descontos em consultas médicas, exames laboratoriais, farmácias, auxílio-funeral e serviços de telemedicina podem ser uma alternativa para quem busca uma rede maior de opções de atendimento em saúde por um preço mais acessível.
“O serviço de saúde no Brasil ainda tem algumas falhas e a pandemia sobrecarregou os hospitais públicos. Fiz um cartão que dá direito a consultas em algumas clínicas da cidade, onde pago com um bom desconto, e nem eu e nem minha família ficamos sem assistência. É uma garantia de atendimento para quem não pode pagar por um plano de saúde”, conta Paulo Cesar da Silva, morador do bairro Boaçu.
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A Agência Nacional de Saúde (ANS) havia divulgado um percentual máximo de reajuste das mensalidades dos planos individuais e familiares contratados entre maio/2020 e abril/2021 da ordem de 8,14%, mas recuou devido à pandemia do novo coronavírus. Também suspendeu o reajuste de 15% sobre os planos de saúde coletivos - que abarcam 81% dos usuários - que seria aplicado neste ano. Ficou decidido, contudo, que o aumento que valeria para setembro, outubro, novembro e dezembro será cobrado em 12 parcelas a partir de janeiro no ano que vem, mês em que o reajuste de 8,14% (planos individuais) e 15% (coletivos) também passará a valer.
“No momento, não tenho condições de pagar um plano de saúde, mas já levei essa possibilidade para a minha família. Ter acesso a consultas médicas com descontos pode ser uma solução, para não ficar sem nada. Já estou pensando em reservar um pequeno valor do orçamento para fazer um plano desses e englobar a família. Pode ser um caminho em tempos de pandemia. Ter consulta com desconto é vantagem, sim”, comenta José Roberto de Freitas, morador do bairro Almerinda.
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Paulo Ribeiro, especialista em gestão de benefícios populares e sócio-diretor da Rede Saúde Total, diz que a pandemia acentuou o interesse e a procura dos gonçalenses por saúde privada e o cartão de benefícios, que dá descontos em clínicas, exames e farmácias, tem sido a opção. “Os aumentos dos planos e seguros, abusivos para os trabalhadores brasileiros, fazem com que a procura por um produto agregado a um serviço com preço acessível seja uma solução viável aos que não tem condições de arcar com mais essa despesa no orçamento. E em tempos de isolamento social diante de um vírus à solta, poder usufruir de uma tele-consulta, que preserva a pessoa de ter que sair de casa para uma consulta médica, é um diferencial enorme em relação ao SUS”, analisa ele.