Rio - No mês de janeiro, a cor verde simboliza a conscientização sobre o câncer de colo de útero. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença é o tumor maligno com terceira maior incidência sobre a população feminina, e a quarta maior causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. De acordo com o Inca, foram 5.727 mortes em 2015, último dado disponível. Além disso, o instituto estima que tenham surgido 16.370 novos casos no país no ano passado.
Segundo o médico Frederico Müller de Toledo Lima, a infecção persistente dos tipos chamados oncológicos do vírus sexualmente transmissível HPV (Papilomavírus Humano) é o principal fator relacionado ao surgimento do câncer do colo uterino.
"Esse risco ainda pode ser potencializado por outras doenças sexualmente transmissíveis, que aumentam a inflamação na região do colo do útero. O tabagismo também parece estar relacionado ao surgimento da doença", acrescenta o doutor Toledo Lima, da oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico.
PREVENÇÃO
De acordo com o médico, o uso da camisinha na relação sexual, a vacina contra HPV em jovens e o exame de Papanicolau são as formas de prevenção contra a doença.
"A vacina contra HPV deve ser aplicada antes do início da vida sexual. Já o exame de Papanicolau permite que lesões que poderiam se tornar câncer sejam retiradas. E a camisinha, além de diminuir a infecção por HPV, reduz o risco de contaminação por HIV, sífilis, gonorreia e outras doenças sexualmente transmissíveis", alerta Lima.
O médico chama atenção para o fato de a doença dar sinais tardiamente, o que dificulta o diagnóstico: "Indícios como dor pélvica e sangramento vaginal costumam aparecer em estágios mais avançados da doença".