O ex-prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva retornou ao Podemos no último dia 25 de junho, e assume agora a secretaria-geral do partido no Estado do Rio de Janeiro. Segundo ele, a decisão em assumir a secretaria foi tomada diante do convite da presidente nacional do partido, deputada federal Renata Abreu, também do amigo Senador Alvaro Dias e ainda do vice presidente nacional Eduardo Machado.
Em entrevista ao Jornal O Dia, Samuca Silva explicou que a intenção é colaborar no trabalho de reestruturação estadual do partido e também comentou sobre o cenário político para 2022.
“Não só me filiei, mas assumi a Secretaria-Geral do partido aqui no estado. Junto com o presidente Patrique, um cara que une pessoas, o rei das nominatas no RJ, temos a atribuição de reorganizar o partido por aqui, um trabalho que já iniciamos. Quanto a uma possível candidatura, nisso eu pensarei no percurso. Eu tenho vontade de permanecer na política. Vi que há muita coisa a fazer pelo Estado do Rio de Janeiro e, em especial, por Volta Redonda. Sinto-me em condições de ajudar”, pontuou.
Samuca Silva também comentou como observa os primeiros meses do atual governo Antonio Francisco Neto que pela quinta vez assumiu a prefeitura cidade.
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“Primeiros meses não. Neto governou a cidade de 2000 a 2016. 16 anos! E retornou agora para, pelo menos, mais 4 anos. Tudo somado, teremos Neto na prefeitura por 20 anos. Tempo para fazer inveja a algumas ditaduras, não? Bem, é um governo cansado e que tem dado trabalho à Justiça eleitoral. Eu fui eleito para interromper o ciclo, mas você viu o que foi a campanha passada: Neto inelegível, mas em campanha! Agora uma outra situação que produziu uma notícia estranha numa denúncia do Sérgio Cabral. A pandemia segurando muita gente em casa e políticos afrontados pelo Neto, criando todas as facilidades para ele voltar. O que vi até agora um governo populista. A população precisa de governos sérios, comprometidos com a gestão. Enfim. As críticas que fiz ao governo dele na eleição de 2016, permanecem. Neto não resolveu os problemas que ele mesmo criou”, disse Samuca.
Segundo Samuca Silva dizer que as críticas de 2016 permanecem, não significa falar que VR estava parada por 4 anos.
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“Não parou. A rodovia do Contorno está entregue, sem escândalo de corrupção. A UPA municipalizada. O Hospital Regional, essencial para o covid para o estado, restaurante popular municipal, 03 creches, 03 postos de saúde, clínica diálise, arena esportiva, tratamento de esgoto, fizemos muito e encerramos obras e projetos que Neto deixou pra traz. Não deixei nenhuma obra iniciada e parada. É nisso que valem as críticas de 2016: Neto não tem mais aptidão pra governar. Quando olho o passado e lembro as dificuldades que enfrentei, fico imaginando os resultados, se Neto fosse o prefeito. Tivemos a maior enchente da história da cidade, a greve dos caminhoneiros, a crise política no governo do estado e na ALERJ. Denúncias com o governador recém-eleito e a para terminar, no último ano, a pandemia”, afirmou.
Ainda segundo Samuca ele não se arrepende de ter sido prefeito e ainda destaca o que lhe deu orgulho ao administrar a Cidade do Aço.
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“Não me arrependo. Até pelas questões que coloquei. Deus me deu a oportunidade de ser útil num momento muito difícil na vida da minha cidade. Não poderia ser outro, tinha que ser eu. Poderia dizer que fui o prefeito que mais gerou emprego no estado em 2018 e 2019. Ou que fui amigo da criança pela fundação Abrinq ou que plantei 20 mil árvores na cidade. Mas de verdade, de ter controlado o vírus na cidade e ter poupado o máximo de vidas possíveis”, ressaltou.
De acordo com Samuca, algo que o deixou muito triste foi o fato de “não ter pago a totalidade os precatórios herdados, dívidas acumuladas, e que impossibilitou pagar no meio do covid, o 13º salário do funcionalismo”, lamentou Samuca.
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Sobre ter tido um momento difícil durante seu governo em Volta Redonda, Samuca se lembrou da tentativa de extorsão que sofreu.
“Há um momento de elevado risco, mas difícil não. Aconteceu quando tentaram me extorquir com o argumento de um impeachment. Foi um momento triste também, por ver como alguns elementos operam a política. Mas um incentivo para continuar”.
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Quando questionado sobre o cenário político nacional envolvendo Bolsonaro e Lula, o ex-prefeito disse que no momento sua atenção está voltada para o estado e Volta Redonda.
“Por enquanto minhas prioridades são Volta Redonda e a reorganização do Podemos, para que a gente tenha um partido identificado com as expectativas da população do Estado.
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