Olhar especial às árvores de Volta RedondaDivulgação

Volta Redonda - Quem passa pelo bairro Jardim Paraíba, Volta Redonda, na Rua 535, na parte de trás, irão notar duas árvores que carregam uma bonita história. A professora Maria Real (in memoriam), no ano de 1996, incomodada com sol sobre os estudantes, articulou com os pais ou responsáveis e as crianças o plantio de árvores naquele trecho.
“Me lembro vagamente, na entrada da ‘Escola Sesi’, o sol castigava a gente. Mamãe teve a ideia de plantar árvores”, contou Carolina Real, voluntária no Movimento Ética na Política de Volta Redonda (Mep-VR).
Atualmente, o local ganhou novos arranjos, novas árvores de pequeno porte, faixa de pedestre e estrutura da ampla calçada. Nesta semana, teve início a primavera, ainda no dia 21, foi comemorado o “Dia da Árvore”, e colaboradores do MEP-VR falaram sobre a importância da arborização urbana. A executiva do Movimento ouviu dois especialistas sobre o tema, um deles foi o arquiteto, urbanista, professor e colaborador no MEP, Wiliam Fernando Gomez.
“Há indicadores importantes a observar, no que diz respeito à arborização urbana. Sabemos que alguns cidadãos por iniciativa própria gostam de plantar árvores, isto é positivo. Contudo, há necessidade das pessoas, e também o Poder Público estarem atentos à alguns fatores: o tipo de árvores importa muito, tem que ter raiz reta e profunda, não deve ser radial (espalhada); árvores de grande porte e de copas grandiosas não são recomendadas; ao plantar árvores atenta às calçadas opostas às rede de fiação elétricas; as podas e substituição devem ser orientadas tecnicamente”, comentou.
Wiliam, ao ser lembrado dos cerca de 20 jardins das margens do Rio Paraíba, na região do Grande Aero (VR), recomendou.
“Não conheço pessoalmente a iniciativa, entendo ser positiva, porém alguns cuidados e arranjos na formatação dos jardins são importantes. É preciso cuidado em manter a mata ciliar protegida, cuidando das árvores e arbustos nativos do lugar”, disse o professor e arquiteto.
Para o especialista em botânica, consultor ambiental, membro da equipe Ambiental do MEP, Fernando Moura, a potência da arborização urbana e a influência nas pessoas em relação a saúde merecem olhares e atitudes atentas.
“A medicina preventiva tem ganhado extrema visibilidade na atualidade, proporcionando à humanidade uma visão ampliada, estratégica e sistêmica na compreensão das relações do corpo com o ambiente. Cito o caso da correlação entre a baixa incidência de casos de miopia em pessoas que frequentaram áreas verdes e florestais durante toda a infância foi demonstrado em diversos países Europeus como um indicador de que os estímulos do ambiente natural servem como exercício fundamental para a musculatura do globo ocular. Para tanto a governabilidade planetária, não se restringindo ao plantio de novos indivíduos (árvores), mas principalmente zelando pelos representantes nos remanescentes florestais e nos ambientes urbanos onde a depressão e a qualidade de vida das pessoas estão perigosamente ameaçadas”, elencou.
Ainda segundo Fernando Moura, “o apoio, a fiscalização e a pressão da sociedade civil sobre o serviço de arborização urbana, parques e jardins, é fundamental para somar no conjunto que compõem a garantia da qualidade de vida da população. Muito além daquela sombra preciosa numa tarde quente de verão, as árvores são a garantia da proteção dos mananciais e recursos hídricos, da conservação da fauna e uma necessidade fundamental para amenizar os impactos das mudanças climáticas e a garantia da nossa sobrevivência neste belo planeta”, pontuou.
O biólogo Fernando Pinto, doutor em ecologia e coordenador da equipe ambiental do MEP-VR, elogiou as notas dos especialistas, sendo que sobre o tema optou por indicar os colegas das diferentes áreas.