Volta Redonda - Um ‘tour ecológico científico' foi realizado na Pedreira da Voldac, em Volta Redonda no último final de semana. Os participantes ouviram palestras, fizeram trilhas e limpeza do entorno do maciço rochoso. O biólogo e subcoordenador da equipe ambiental do Movimento Ética na Política de Volta Redonda (MEP-VR), Michel Bastos, e José Nogueira e José Luzia, também ligados à equipe ambiental participaram da visita orientando e fazendo preleções sobre a área.
A atividade aconteceu no sábado, dia 02, e também ganhou um tom de celebração, por conta de dois fatos referentes à data, 4 de outubro, onde é celebrado o dia dedicado a São Francisco de Assis, e ainda pelo fato de que na mesma data, em outubro de 2019, o biólogo e coordenador da equipe ambiental Fernando Pinto, fez o registro oficial da coruja, o Jacurutu, a maior coruja do Brasil, residente na Pedreira da Voldac.
“É muito simbólico e inspirador estarmos aqui na proximidade do dia 4, data que para nós guarda duas conexões importantes relacionadas ao meio ambiente - o registro da coruja Jacurutu e o dia dedicado São Francisco de Assis”, disse Nathiely Carine, ligada à equipe Projeto Recriar.
Nathiely ainda comentou sobre a importância da Pedreira e de reconhecer o local como Monumento Natural.
“Todos nós da equipe Recriar ficamos encantados com o local, e ao sair daqui carregamos a sensação, em parte do dever cumprido como cidadãos, e principalmente por conhecermos um espaço tão magistral. Apoiamos a proposta de transformar o local em Monumento Natural, já encaminhada ao Poder Público, assim o local ganha uma dimensão social, educacional e científica diferenciada", destacou Nathiely.
O evento contou ainda com participação do futuro geólogo Matheus Henrique, 10º período de geologia (UFRRJ), que inclusive está por concluir o TCC sobre a Pedreira, como foco na geodiversidade e na sua finalidade sociocientífica.
“Embora o local tenha sofrido intervenção humana, a Pedreira guarda um legado exuberante. Meu estudo surgiu quando soube da proposta do Movimento de propor transformar o local em Monumento Natural, senti-me provocado a olhar no prisma da geodiversidade do local e fazer uma inventariação para traçar estratégias na linha da geoconservação. A ideia é pontuar elementos que favoreçam à comunidade, pois a cidade historicamente explorada, e até exaurida em alguns aspectos ambientais pode recuperar e oferecer algo novo no espaço, que sirva à população com roteiro turístico, educacional e científico", relatou Matheus, animado depois da ‘aula pública', diante dos olhares atentos dos cerca de 20 participantes.
Outra participante foi a engenheira ambiental, Vivian Magalhães que falou sobre a experiência de estar na pedreira.
“Eu senti uma renovação, ainda mais que tive uma semana muito agitada, e ao entrar aqui revigorei-me. Lamentei o fato de ter colhido lixo no local. Confesso, me sentiria melhor se não tivesse que fazer isto. Acredito que podemos nos articular mais para proteger para local, e cobrar dos diferentes grupos de interesses, como o poder público, que aliás tem orçamento para tal, também as organizações privadas, que causam eou já causaram impactos no local e outros segmentos da sociedade civil, juntos cuidar do espaço tão bonito”, comentou.
A integrante do Projeto Recriar, Karine, também deixou sua opinião sobre o local.
“Foi um descobrimento estar aqui com o MEP, em um local que já é um monumento da cidade, estamos saindo daqui conhecimento e lamentavelmente com muito lixo recolhido. Meu compromisso a partir de agora é defender o local, difundir os conhecimentos adquiridos e recomendo que visitem o local, mas com todo cuidado e recolham o lixo gerado. Por fim, fica claro que é urgente o ‘reconhecimento’ por parte do Poder Público da área como de fato um Monumento Natural”, concluiu.
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