Órgãos foram captados na véspera de ser iniciada a campanha do Setembro Verde, que sensibiliza sobre a importância da doação de órgãosCris Oliveira/Secom PMVR
Equipes do Programa Estadual de Transplantes (PET), da Secretaria de Estado de Saúde, vieram ao hospital para fazer a captação do coração, de dois rins e do fígado, além de córneas. O coração é transportado de helicóptero, para que seja transplantado em tempo hábil, segundo explicou a enfermeira responsável pela Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do hospital, Daniela da Silva.
“Do momento da captação do coração até o transplante para o outro paciente, o tempo limite é de aproximadamente quatro horas, para que a cirurgia tenha sucesso”, citou Daniela, destacando a parceria do hospital com o PET.
“Existe dentro da rede pública de saúde o cadastro único. As pessoas que estão com diagnóstico de doença cujo tratamento medicamentoso já não faz mais efeito, e estão necessitando de um transplante, estão nesse cadastro e entram na fila de transplantes. É avaliada a compatibilidade do órgão com o paciente. A princípio, os órgãos são ofertados dentro do estado. Se não tiver um receptor compatível, a doação vai para outros pontos do país”, explicou Daniela.
Este ano, o Hospital São João Batista, sem contar as doações desta quarta-feira, já havia conseguido a captação de três fígados, seis rins e duas córneas doadas por pacientes com morte encefálica. Para o diretor geral da unidade hospitalar, Sebastião Faria, alguns pontos são importantes para o sucesso desse trabalho, que salva vidas.
“O São João Batista é uma unidade de portas abertas, referência em trauma e neurocirurgias. Além da capacidade técnica dos especialistas, todo o corpo de funcionários da unidade é conscientizado sobre o protocolo de diagnóstico de morte encefálica, envolvendo equipes multidisciplinares que trabalham com o paciente. São feitas capacitações, treinamentos em todas as áreas para que o resultado seja mais vidas salvas”, afirmou Faria.
A enfermeira Daniela destacou também a questão do acolhimento das famílias e o trabalho de conscientização da comunidade para incentivar as pessoas a se tornarem doadoras de órgãos. Ela explicou que a equipe trabalha em parceria com o setor de Serviço Social do hospital dando o suporte emocional e esclarecimento, independente se o paciente será um doador ou não.
“Essa família acompanha passo a passo o que está acontecendo com o paciente. E muitas estão cada vez mais se conscientizando. A nossa intenção é esclarecer todas as dúvidas dentro do processo, para que as pessoas tenham as informações corretas e possam se tornar doador de órgãos e de tecidos, ajudando a salvar outras vidas”, disse Daniela, lembrando que no próximo dia 27 de setembro é lembrado do Dia Nacional da Doação de Órgãos.
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