O primeiro encontro, ocorrido na semana passada, contou com a presença das assistidas, da secretária municipal de Políticas e Direitos Humanos, Glória Amorim, da equipe técnica do Ceam, do Departamento de Políticas para Mulheres da SMDH e de membros da Patrulha Maria da Penha, da Guarda Municipal. Durante a conversa, foram apresentados todos os serviços, cursos e a rede pública de apoio e de enfrentamento à violência doméstica construída na administração do prefeito Antônio Francisco Neto.
“A mulher vai mudar o mundo, mas para isso acontecer, temos que dar as mãos, andar unidas. Tem que denunciar se sofrer violência e não ficar sofrendo dentro dos seus lares, caladas. Nós temos uma rede muito grande em Volta Redonda para atender as mulheres. Quando humilhadas, não podem ter vergonha de contar para as amigas. Esta violência pode ser evitada”, assegurou a secretária Glória Amorim.
Glória lembrou ainda que o município conta com a Casa Abrigo, local para onde mulheres ameaçadas vivem sob sigilo e fora de perigo. Além disso, a SMDH promove cursos que visam o empoderamento, como por exemplo o “Mulheres Mão à Obras”, que as capacitam para trabalhar na Construção Civil – mercado visto anteriormente como exclusivamente masculino.
“As próprias mulheres escolheram o curso da Construção Civil em 2010, quando iniciamos com 40 alunas. E com a volta do prefeito Neto, voltamos a oferecer esses cursos para as mulheres no CQP – Centro de Qualificação Profissional, no bairro Aero Clube –, em parceria com a Fevre (Fundação Educacional de Volta Redonda) e a Smac (Secretaria Municipal de Ação Comunitária). Temos turmas de manhã, à tarde e à noite. Algumas já foram empregadas na prefeitura e empresas prestadoras de serviços para a CSN. Temos também oito mulheres que foram contratadas na Fábrica Municipal de Fraldas em uma parceria com a Smac. Nenhum município tem uma rede tão grande para assistir à mulher como o nosso”, celebrou Glória.
A advogada Adriele Gama, do Ceam, afirmou que a Lei Maria da Penha define que a violência doméstica contra a mulher é crime, e aponta a forma de evitar, enfrentar e punir o agressor, indicando a responsabilidade de cada órgão público para ajudar a mulher que está sofrendo a violência.
“A mulher sofre violência física, moral, sexual, patrimonial e psicológica. A Lei Maria da Penha passou a integrar o currículo do ensino básico. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), houve uma diminuição em 10% na taxa de homicídios contra as mulheres dentro das residências. Mas os números ainda são muito altos. A cada um minuto, oito mulheres são agredidas. E de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 1,2 milhão de mulheres são agredidas no país anualmente. Pelas estimativas feitas, 500 mil são estupradas, mas somente 52 mil ocorrências chegam até o conhecimento da polícia”, explanou.
As mulheres assistidas aprovaram o “Projeto Acolhida”. “A gente sempre acredita que um dia eles vão parar, mas não cansam de agredir. Então tive que tomar uma atitude, porque estava me sentindo ameaçada todos os dias. Eu fui casada durante 43 anos e a violência somente piorava. É a atitude que fez a diferença”, ressaltou uma das mulheres sob medida protetiva, que não pode ser identificada pelo anonimato garantido a ela em casos como este.
Participaram do encontro a coordenadora do Ceam, Vanilda Coutinho, a inspetora Wilma Barbosa, da Patrulha Maria da Penha, e Ludmila Aguiar, do Departamento de Políticas para Mulheres.
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