Atividade contou com parceria do Centro de Cidadania LGBTI+ do Médio Paraíba e de coletivos de movimentos sociaisDivulgação/PMVR

Volta Redonda - A Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos (SMDH) e a Coordenadoria Municipal da Juventude (CoordJuv) de Volta Redonda promoveram, na última semana, uma Roda de Conversa com o tema “Sexualidade, Juventude, Educação: Identidades e Diversidades Juvenis”. A atividade contou com a parceria do Centro de Cidadania LGBTI+ do Médio Paraíba e de coletivos de movimentos sociais. Participaram cinco turmas de estudantes do Ensino Médio da Escola Estadual Santos Dumont, no bairro Niterói.
O evento teve como tema principal o respeito às diferenças e o combate ao bullying entre os jovens no ambiente escolar, visando um espaço de reflexão e sem discriminação. Cerca de 150 estudantes, na faixa etária dos 15 aos 17 anos de idade, participaram da roda de conversa.
Durante o encontro na sala multiuso do Colégio Santos Dumont, os estudantes ouviram as palestras de Regina Céli, assessora na Divisão de Política para a Promoção da Diversidade de Gênero da SMDH; Talita Maia, coordenadora do Centro de Cidadania LGBTI+, que incentivou os alunos a contarem experiências de bullying já vividas e como buscar a superação.
“A diferença da travesti para mulher trans, do gay para ‘bicha’, da lésbica pra ‘sapatão’ é nenhuma. A diferença é de posicionamento político identitário. O senso comum usa essas diferenças com recorte classista e até étnico racial, para mobilizar o preconceito e rotular as pessoas, colocando-as à margem, e criar estereótipos negativos. Temos travesti médica, professora, ‘sapatão’ psicóloga, assistente social, ‘bicha’ gerente de banco, etc. Nem toda travesti está nas ruas fazendo programas, nem toda ‘sapatão’ está em um subemprego, por exemplo. E muitas dessas pessoas não conseguem emprego justamente por causa dos rótulos que foram criados. Por isso a importância de tirar esses termos das margens e dos guetos”, analisou Talita.
O sociólogo Pedro Ferko, a diretora do Departamento de Direitos Humanos, Josinete Pinto, e a coordenadora de Políticas e Projetos de Igualdade Racial, Juliana Sampaio, também participaram pela secretaria.
O documentário “Bicha Preta” de cerca de 20 minutos, disponível no Youtube, onde pessoas homossexuais e transsexuais falam dos seus relacionamentos, humilhações sofridas, suas conquistas profissionais e desafios que enfrentam, serviu também de base para alimentar o debate na Roda de Conversa.
“Muito bom. A gente tem que aprender o que é certo. O racismo e o bullying são errados, porque são coisas preconceituosas”, disse Nicole Cristina, de 17 anos.
“Eu achei muito legal, maneiro. A gente tem que respeitar o colega que é diferente”, afirmou Lucas dos Santos Lopes, de 15 anos.
A professora de Artes do colégio, Jucenira Monteiro, comentou: "É muito importante essa Roda de Conversa para que cada jovem tenha uma orientação politizada e consciente. Tendo informações, ele não vai reproduzir o bullying sofrido, saberá denunciar, tomando uma posição certa e permanente em sociedade, onde cada um tem o seu papel a exercer como cidadão. A pessoa, às vezes, reproduz o preconceito por desinformação ou por ausência de uma consciência crítica. Os jovens são o futuro desse país", frisou.
Pelos movimentos sociais, participaram Valéria Barbosa, do grupo Sentinelas da Aldeia – que desenvolve um trabalho com tema LGBTQIA+ , e Mãe Ciça Moraes, que participa do grupo das Marias. Ambos os grupos são do Centro Espírita Nossa Senhora da Guia.
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