Por

A Polícia Civil de São Paulo prendeu 16 pessoas ligadas à facção Primeiro Comando da Capital (PCC) suspeitas de fornecer armas a traficantes da quadrilha Amigos dos Amigos (ADA), da Rocinha, na Zona Sul. A operação após 10 meses de investigação da Delegacia de Investigação sobre Entorpecente (Dise), unidade paulista de São Bernado do Campo. Em uma escuta telefônica, feita com autorização da Justiça, Fabiano Santos, conhecido como Salazar, preso ontem, apontado como um dos chefes do PCC, conversava com criminoso da ADA, no mês passado. O diálogo ocorreu durante os intensos confrontos na Rocinha, que culminaram com a ocupação da favela pelas Forças Armadas.

Em um telefonema, um traficante da ADA dizia que o contato era referente "à família" e que precisava de "munições e armas". Em outro trecho, ele diz "precisamos de bala mesmo, de umas caixas". Salazar fala de um homem, da quadrilha dele, que seria o responsável por intermediar o fornecimento no Rio. A relação entre as duas quadrilhas se estreitou em 2015, quando o PCC, chefiado por Marcos Camacho, o Marcola, rompeu com o Comando Vermelho, de acordo com informações da Dise.

Com os presos, os policiais apreenderam cinco armas, computadores, mais de 30 telefones, 5 kg de drogas, rádios de comunicação e R$ 25 mil em dinheiro. Além de cidades da Grande São Paulo, a operação ocorre também no litoral sul.

O envio de armas de São Paulo para o Rio também é investigado pela Delegacia Especializada em Armas (Desarme), do Rio. De acordo com o delegado Fabrício Oliveira, "nos últimos dias a delegacia foram feitas diversas apreensões de carregamentos de fuzis, pistolas e munições que saíram de São Paulo com destino ao Rio. Uma dessas apreensões foi realizada na Via Dutra, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal". Na ocasião, mais de 2 mil projéteis, além de fuzis e pistolas que iriam para a Rocinha, foram apreendidos.

Você pode gostar
Comentários