A audiência pública que vai definir o orçamento de 2018 para o setor da saúde municipal, iniciada logo depois das 10h, na Câmara Municipal, na Cinelândia, no Centro do Rio. Centenas de funcionários de unidades de saúde que estão desde o início da manhã desta quinta-feira na porta da casa legislativa.Na foto, a Agênte de Saúde,uciana Cristi. Luciana Cristi. - Estefan Radovicz/Agência O Dia
A audiência pública que vai definir o orçamento de 2018 para o setor da saúde municipal, iniciada logo depois das 10h, na Câmara Municipal, na Cinelândia, no Centro do Rio. Centenas de funcionários de unidades de saúde que estão desde o início da manhã desta quinta-feira na porta da casa legislativa.Na foto, a Agênte de Saúde,uciana Cristi. Luciana Cristi.Estefan Radovicz/Agência O Dia
Por JONATHAN FERREIRA

Enquanto vereadores discutiam o orçamento da saúde para o ano que vem, em audiência pública tumultuada na Câmara Municipal, o prefeito Marcelo Crivella assinava ontem, em Brasília, a liberação de empréstimo de R$ 650 milhões com a Caixa Econômica. Os recursos serão usados para investimentos na área de infraestrutura.

"Cortamos mais de mil cargos comissionados, reduzimos 20 secretarias e renegociamos contratos. Temos hoje apenas 50% de endividamento da nossa receita corrente líquida", explicou o prefeito. Durante a solenidade do contrato, foi anunciada outra liberação de recursos. Nos próximos dias será firmado novo empréstimo, no valor de R$ 200 milhões, destinado para investimentos na Região Portuária.

No encontro, o prefeito também pediu ao presidente Michel Temer, a municipalização da área do porto, que ainda está sob administração federal. Com a verba, uma das medidas estudadas é remover os galpões do cais da Gamboa para construir uma praça nos moldes do Aterro do Flamengo.

ORÇAMENTO MAIOR

O Sindicato dos Médicos do Rio (SinMed) classificou como "vitória do movimento" a decisão de Crivella de acrescentar R$ 553,5 milhões ao orçamento da saúde de 2018. No entanto, segundo o presidente do SinMed, Leôncio Feitosa, a luta do movimento grevista iniciada ontem pelos médicos irá continuar. "Acreditamos que dá para brigar por um valor ainda maior no orçamento do ano que vem para aprimorar e garantir os atendimentos nas unidades de atenção primária", avaliou. A Secretaria Municipal de Saúde afirmou ontem que, mesmo com a ausência de alguns profissionais, por conta da greve, os serviços prestados não foram afetados.

Além do reforço no orçamento, a prefeitura também repassou R$ 36,4 milhões às Organizações Sociais para regularizar o salário de setembro dos funcionários. O município ainda abriu crédito de R$ 25,7 milhões para compra de insumos e medicamentos.

Funcionários protestaram
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Durante audiência na Câmara ontem, profissionais da saúde fizeram protesto por melhores condições de trabalho. Do lado de fora teve confronto com a PM, que impediu um grupo de entrar no plenário. Os militares usaram jatos d'água e bombas de efeito moral. A audiência chegou a ser interrompida por uma hora e, depois, senhas foram distribuídas para acesso à Câmara.
"Estamos vivendo a maior crise que já passei. Quando era residente, até maio, não faltava nada. É muito triste não conseguir fazer um atendimento por falta de medicamentos", disse a médica Mariana Zau, da Clínica da Família de Olaria.
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