Antigo Batalhão Especial Prisional foi reformado para receber presos da Lava Jato. Ex-secretário de Cabral será responsável pela videoteca - Rodrigo Menezes/Parceiro/Agência O Dia
Antigo Batalhão Especial Prisional foi reformado para receber presos da Lava Jato. Ex-secretário de Cabral será responsável pela videotecaRodrigo Menezes/Parceiro/Agência O Dia
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Uma sala com TV grande, home theather, aparelho de DVD e filmes variados está sendo instalada na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica. A cadeia é conhecida como o 'Presídio VIP', já que foi reformada no início do ano para receber presos federais da Lava Jato, como o ex-governador Sérgio Cabral, o ex-secretário de Sáude, Sérgio Côrtes, além de ter recebido o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Carlos Arthur Nuzman, agora em liberdade.

O ex-secretário de governo de Cabral, Wilson Carlos Carvalho, condenado a 45 anos de prisão por corrupção, irá trabalhar diariamente na videoteca da prisão, como remissão de pena. A cada três dias no local, cuidando dos DVDs e do tempo que cada preso ficará assistindo aos filmes, irá diminuir um dia de cadeia. Wilson Carlos, segundo a Justiça, cobrava propinas com o uso de uma mala.

A instalação da sala de cinema é prevista pela Lei de Execução Penal "para fins educativos". No Rio, das 38 unidades prisionais, somente três possuem a regalia, sendo elas a Pedrolino Werling de Oliveira, o Instituto Penal Benjamim de Moraes Filho, Penitenciária Moniz Sodré e a Unidade Materno Infantil. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), todas as salas de cinema foram doadas para a pasta pela Igreja Batista do Méier. No entanto, em nota, a igreja disse desconhecer as doações e que "não autorizou qualquer doação de equipamentos eletrônicos a qualquer complexo penitenciário".

Por sua vez, a Seap afirma que "a Igreja Batista do Méier é cadastrada para trabalhos missionários dentro das unidades prisionais" e que possui "o termo de doação assinado por missionários da referida igreja com os respectivos CPFs".

A igreja "está adotando medidas para apurar e disciplinar quaisquer membros envolvidos no episódio".

O acesso dos internos à sala será determinado pelo diretor da unidade prisional, que será o responsável por estabelecer dias e horários de cada galeria e qual o preso que vai usufruir do benefício. Em nota, a Seap ressaltou que "o acesso dos internos não será todos os dias".

Ainda em declaração assinada pelo pastor João Reinaldo Júnior, presidente da congregação, e publicada em site próprio, "a igreja tem como hábito rejeitar qualquer oferta, doação, origem e legado, quando esses têm origem, natureza, ou finalidade que colidam com os princípios éticos e cristãos exarados na Bíblia".

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