Presidente da Faferj, Rossino Diniz, ainda tem mais dois anos de mandato à frente da instituição - Marcio Mercante / Agencia O Dia
Presidente da Faferj, Rossino Diniz, ainda tem mais dois anos de mandato à frente da instituiçãoMarcio Mercante / Agencia O Dia
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Um grupo de supostos líderes comunitários tentou destituir a atual direção da Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio (Faferj). Cerca de 80 pessoas algumas seriam vinculadas ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e ao Unegro (União de Negros e Negras pela Igualdade) chegaram a ocupar a sede da instituição durante cinco dias, mas foram retiradas por lideranças comunitárias que apoiam o atual presidente, Rossino Diniz.

Segundo ele, os dissidentes aproveitaram a ausência da diretoria para tomar o prédio histórico, que fica em frente ao Campo de Santana, no Centro, no dia 20 de outubro. "Nós estávamos na ocupação Povo Sem Medo, na Pavuna, quando recebemos telefonema avisando sobre a ocupação". Rossino, que prestou queixa na 5ª DP (Mem de Sá), classificou o episódio de "tentativa de golpe". Segundo ele, à frente do movimento estava a presidente da Federação Municipal de Associações de Moradores de Favelas do Rio (FAF-Rio), Deusimar da Costa.

"A Deusimar chegou com uma ata na mão dizendo que agora ela era a presidente. Mas como? Eu tenho ainda mais dois anos de mandato!", reclamou Rossino. Segundo ele, a reunião que decidiu tomar o poder na Faferj aconteceu na sede do PCdoB. "O problema é que vários presidentes de associações, cujos nomes constavam na tal ata, não participaram da assembleia nem sabiam da conspiração", explicou o presidente legitimamente eleito. Além disso, de acordo com Rossino, instituições que nada têm a ver com a Faferj, como um clube recreativo de Pilares e a Associação dos Funcionários do Hospital Getúlio Vargas, também teriam votado pela sua destituição.

Para Rossino, 63 anos, sendo 12 deles como presidente da Faferj, a intenção do golpe era transformar a instituição em instrumento político. "Isso é lamentável. A partir do momento em que a federação vai para dentro de um partido, deixa de trabalhar para as comunidades para virar serviçal de políticos". Ele contou que já foi assediado diversas vezes para se filiar ao PCdoB. "Já me ofereceram dinheiro e cargo, mas nunca aceitei. Armaram essa para cima da gente". A Faferj tem 860 associações comunitárias filiadas.

Conam nega participação
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Procurado pelo DIA, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB-Rio), indicou o representante da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), Paulo Cesar dos Santos, o PC, para esclarecer a participação do partido na tentativa de golpe na Faferj.
PC negou qualquer ligação institucional com o episódio, mas reconheceu que havia militantes do partido e da Unegro na ocupação. "Existem problemas na Faferj que precisam ser esclarecidos, mas o movimento social que participa da disputa tomou a decisão (de ocupar a Faferj) sem consentimento do partido", garantiu.
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Na avaliação do representante da Conam, Rossino não consegue organizar a Faferj a nível estadual, concentrando sua atuação basicamente na capital. Porém, PC afirmou que é completamente contra qualquer tipo de golpe. "Achei que foi uma atitude precipitada, que não teve o apoio nem do PCdoB e nem da Unegro".
No entanto, o presidente da Faferj insiste que o Partido Comunista do Brasil está por trás da conspiração. "O PCdoB lutou tanto contra o golpe que deram na Dilma (Rousseff, ex-presidente da República) e agora aplica um golpe na Faferj", assegurou Rossino. O DIA tentou localizar a representante da FAF-Rio, Deusimar da Costa, mas não conseguiu. A FAF-Rio não tem sede nem site.
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