Por ASSINATURA REPÓRTER

O Ministério Público Federal (MPF) reafirmou parecer pela cassação da prisão domiciliar de Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral. A posição do órgão, encaminhada ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, foi apresentada em contestação ao recurso da defesa da ré na Operação Calicute, na qual foi condenada a mais de 18 anos de reclusão por associação criminosa e lavagem de dinheiro. O julgamento do recurso será feito hoje.

Os procuradores do Núcleo Criminal de Combate à Corrupção do MPF apontaram que a concessão do regime domiciliar durante a prisão preventiva, que está relacionada à investigação e não ao cumprimento de pena, representa "enorme quebra de isonomia" no universo de milhares de mães presas no sistema penitenciário sem igual benefício. Consideraram ainda a prisão domiciliar "inadequada e desproporcional".

Na visão do MPF, a alegação do interesse dos filhos menores de Adriana para a decretação da prisão domiciliar deve ser analisada em conjunto com a situação social da família, que conta com diversos profissionais como babás e professores particulares. Além disso, os filhos têm convivência com avós e acesso aos psiquiatras que assinaram laudos trazidos pela defesa.

O MPF sustentou também que a prisão preventiva da ex-primeira dama é necessária. Entre os motivos, destaca que a liberdade dela torna altamente provável a continuidade da ocultação de patrimônio obtido ilicitamente por Adriana e pessoas próximas. A mulher de Cabral foi presa em dezembro e, em março, passou ao regime domiciliar.

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