Empresa do Rio coleta 10 toneladas de e-lixo por mês. Material volta ao mercado com preços reduzidos
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Carcaças de computadores, celulares quebrados, monitores e baterias. O que fazer quando esses e outros aparelhos não têm mais serventia? Em constante crescimento, a indústria de eletroeletrônicos deixa um rastro de sujeira em diversos países. O Global E-waste Monitor, estudo recém-divulgado pela Universidade das Nações Unidas, mostra que o volume de e-lixo descartado em todo o mundo chegou a 44,7 milhões de toneladas no ano passado. Um crescimento de 8% desde 2014. Boa parte vem do Brasil, maior produtor de lixo eletrônico da América Latina, com mais de 2 milhões de toneladas. Estima-se que apenas 2% disso seja reaproveitado. Uma empresa no Rio luta para mudar essa estatística.
Uma iniciativa dedicada à reciclagem desse material está em desenvolvimento em Bonsucesso, na Zona Norte. De acordo com Vitor Saboya, sócio-fundador da Zyklus, a ideia é transformar a economia através de um modelo circular, envolvendo o consumo, o descarte e a produção. "A reciclagem desse material resolve parte do problema. O ideal é repensar o consumo, reduzir a retirada de recursos naturais do ambiente e o acúmulo irresponsável de resíduos", afirma.
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O negócio nasceu quando Vitor estava na faculdade e percebeu o vácuo que existe no setor. No primeiro ano, o empenho foi para criar uma rede que pudesse abastecer o empreendimento. Hoje, a empresa chega a coletar 10 toneladas de e-lixo por mês. Três tipos de serviço são oferecidos: o recondicionamento, que permite a volta do equipamento ao mercado, o reuso, por meio da transformação do material, e a reciclagem. "É um trabalho social. Recuperamos os equipamentos e devolvemos ao mercado a preços reduzidos. Isso diminui o volume de recursos a serem extraídos da natureza e permite que mais pessoas tenham acesso a esses itens", finaliza Saboya.